O ator Pedro Cardoso se retirou do programa ao vivo “Sem Censura”, da TV Brasil, vinculado à rede EBC, no dia (23). Cardoso prestou solidariedade aos funcionários que estavam em greve, ironizou o governo brasileiro e criticou o presidente da emissora por racismo.
“Não vou responder nenhuma pergunta por que quando cheguei aqui encontrei uma empresa em greve, e eu não participo de programas de empresas que estão em greve. Eu não estou a par. Mas, diante deste governo que está governando o Brasil, eu tenho muita convicção de que as pessoas que estão fazendo esta greve provavelmente estão cobertas de razão”, destacou o ator.
Há 10 dias, os trabalhadores da EBC declararam estado de greve por conta das propostas de congelamento dos salários e cortes de benefícios.
“O que eu soube também quando cheguei aqui é que o presidente desta empresa [Laerte Rimoli], que pertence ao povo brasileiro, fez comentários extremamente inapropriados a respeito do que teria dito uma colega minha [Taís Araújo] onde a presença do sangue africano é visível na pele – porque o sangue africano está presente em todos nós, e em alguns de nós está presente também na pele, mas em todos nós ele está […] Então se esta empresa, que é casa do povo brasileiro, tem na presidência uma pessoa que fala contra isso, eu não posso falar do assunto que eu vim falar aqui. Eu tenho um imenso respeito por todos vocês aqui, peço desculpas, vou me levantar em respeito aos grevistas e vou embora”, completou.
A cúpula da EBC (Empresa Brasileira de Comunicação) decidiu na mesma noite que a atração seria gravada com antecedência a partir desta semana, mas a repercussão da notícia foi tão negativa que a emissora voltou atrás.
Em dezembro do ano passado Leda Nagle, apresentadora “Sem Censura” por 20 anos, foi demitida as pressas depois da promessa de renovação de contrato porque a empresa afirmou estar sem dinheiro para continuar o programa.