O ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral teve sua pena aumentada para mais de 198 anos de prisão após Tribunal Regional Federal da Segunda Região (TRF-2) confirmar, nesta terça-feira (5), as condenações da Operação Calicute de primeira instância.
Somente neste processo, ele havia sido condenado a 45 anos e 2 meses. A nova decisão aumentou a pena para 45 anos e 9 meses. Já a pena da ex-primeira dama Adriana Ancelmo diminuiu: era de 18 anos e 3 meses, mas passou a 12 anos e 11 meses.
Após o julgamento de embargos que serão apresentados pelo Ministério Público Federal, ela pode ser presa, segundo o próprio MPF.
Este é o primeiro caso de Cabral julgado num tribunal de segunda instância no Rio. Em Curitiba, ele já havia sido condenado num tribunal de segunda instância. Com isso, o total da pena de Cabral em todas as nove condenações chega a 198 anos e 6 meses.
O relator da Lava Jato no Rio na 1ª Turma do Tribunal Regional Federal da Segunda Região (TRF-2), desembargador Abel Gomes, foi o primeiro a votar. O magistrado se manifestou pelo aumento a pena do ex-governador Sérgio Cabral (MDB) em processo aberto com base na Operação Calicute.
A votação pelo aumento, ou não, da pena de Cabral foi iniciada por volta das 17h30 desta terça-feira (4).Abel Gomes também pediu pelo aumento da pena de Adriana Ancelmo, mulher de Sérgio Cabral.
Rogério Nascimento, que leu a manifestação do MPF, afirmou que “corrupção mata” e que o desvio de verbas em meio a tragédia na Serra, por exemplo, mostra a “insensibilidade de tiranos”.
O segundo a votar foi o desembargador revisor, Paulo Espírito Santo. Ele defendeu o aumento da condenação. O magistrado disse que Sérgio Cabral tem “personalidade voltada para o crime” e pediu o aumento da pena na Calicute para 59 anos e 1 mês.
“Para mim, esse é o maior caso de corrupção que já vivemos aqui”, defendeu.