Ministro da Justiça afirmou que, se atos extremistas de violência adentrarem a esfera federal, a pasta atuará imediatamente
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), escreveu nas redes sociais, na manhã deste sábado (7), que as pessoas agredidas em “manifestações políticas” e em atos extremistas devem registrar boletins de ocorrência.
Segundo o ex-governador do Maranhão e senador eleito pelo Estado, se os processos adentrarem a esfera federal, a pasta vai atuar imediatamente.
Ele também afirmou que a PF (Polícia Federal) e a PRF (Polícia Rodoviária Federal) estão em contato com o Ministério da Justiça para agir em caso de crimes federais.
“Desde cedo, eu e os diretores gerais da PF e da PRF estamos em diálogo e definindo novas providências sobre atos antidemocráticos que podem configurar crimes federais. Vamos manter a sociedade informada. Pequenos grupos extremistas não vão mandar no Brasil”, tuitou Dino.
A pasta do ministro, tudo indica, vai ser muito demandada ao longo da gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), tendo em vista a degradação, ao longo dos últimos anos, dos preceitos democráticos.
COMPETÊNCIA FEDERAL
Em outros tuítes, Dino escreveu sobre atos políticos em São Paulo e em algumas outras cidades, “inclusive com absurdas agressões”.
Segundo ele, a atribuição constitucional, em um primeiro momento, é das esferas policiais locais. “Quando se caracterizar a competência federal, estamos mobilizados para atuar imediatamente”, escreveu.
“Depois do registro da ocorrência policial, sugiro o envio ao Ministério Público, que certamente vai atuar contra arruaceiros nas suas cidades. Sobre crimes federais, estamos tomando todas as providências, inclusive na manhã deste sábado”, confirmou o ministro.
VIOLÊNCIA E TERROR BOLSONARISTA
Nos últimos dias, o que se tem visto são atos de violência gratuita, nas ruas e nas redes sociais. Inúmeros vídeos que estimulam a violência, inclusive armada, são distribuídos e propagados nas redes sociais.
Nas ruas, manifestantes golpistas ainda estão nas portas de quartéis do Exército e a pauta é o que chamam de “intervenção federal”, cuja tradução é o pedido, feitos pelos chamados manifestantes, de golpe militar. No estilo dos acontecimentos de abril de 1964, do século passado.
Em algumas cidades, como Belo Horizonte (MG), por exemplo, a CGM (Guarda Civil Municipal) foi acionada, na última sexta-feira (6), para retirar o acampamento bolsonarista da frente do quartel do Exército — Comando da 4ª Região Militar do Exército — e houve agressão e violência contra os jornalistas e cinegrafistas que cobriam a ação dos agentes da CGM.
Em 12 de dezembro, dia da diplomação de Lula, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), bolsonaristas tocaram o terror em área central de Brasília, quando queimaram carros e ônibus e tentaram invadir delegacia da PF. As cenas foram amplamente divulgas e a PF já tem os nomes dos líderes das ações terroristas.
M. V.