É a maior o percentual em 11 anos. Número de famílias que declararam não ter condições de pagar as contas básicas também aumentou em junho, segundo pesquisa diz CNC
Em meio ao desemprego e queda na renda, o percentual de famílias endividadas bateu recorde no mês de junho, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). É o maior percentual desde 2010.
A inadimplência também aumentou. Segundo a pesquisa, a parcela das famílias que declararam que não terão condições de pagar contas ou dívidas e que permanecerão inadimplentes cresceu de 10,5% para 10,8% em relação ao mês anterior.
O resultado encerra o 1º semestre com 69,7% das famílias brasileiras endividadas, alta de 1,7% em relação a maio e de 2,5% em comparação a junho de 2020.
Em meio à pandemia, que já tirou a vida de mais de meio milhão de brasileiros e a sabotagem da vacinação pelo governo federal, as famílias brasileiras ainda enfrentam a disparada nos preços de produtos básicos, como alimentos, remédios, energia elétrica e gás de cozinha.
“Os números mostram que as famílias têm se endividado mais ao longo do ano para conseguir manter algum nível de consumo, respaldadas por uma frágil segurança no mercado trabalho, e preços mais altos dos itens de primeira necessidade”, afirma José Roberto Tadros, presidente da CNC.
Diante da situação dramática que atinge 33,3 milhões de brasileiros que buscam por emprego e não encontram, o governo ainda impõe um racionamento de energia que onera ainda mais o consumidor, através do aumento de 52% na bandeira vermelha patamar dois este mês de julho.
Segundo a pesquisa “O Bolso dos Brasileiros” feita pela Serasa, a dificuldade no pagamento nas contas de luz, gás e água é responsável por cerca de 22% das dívidas.
Com o salário que acaba logo nos primeiros dias do mês, o cartão de crédito, com seus extorsivos, é o principal tipo de dívida das famílias, 81,8% do total, segundo a pesquisa da CNC.