
Ryan Silva Andrade Santos foi vítima de um disparo durante confronto em novembro de 2023
Um laudo pericial da Polícia Técnico-Científica de São Paulo atestou que o tiro que matou o garoto Ryan Silva Andrade Santos, de 4 anos, em novembro de 2023, partiu da arma de um policial militar. A criança foi atingida durante um confronto entre agentes e criminosos no bairro do Jardim São Manoel, em Santos, no litoral paulista.
O caso ganhou nova repercussão com a confirmação da origem do disparo. Segundo o laudo, a bala que atingiu Ryan foi disparada por uma arma de uso exclusivo das forças de segurança. A perícia analisou trajetórias, registros balísticos e outros vestígios para chegar à conclusão.
Na ocasião, familiares relataram que Ryan brincava próximo de casa quando foi surpreendido pelos tiros. A mãe do menino, em entrevista anterior, afirmou que ele foi atingido no peito e morreu a caminho do hospital.
A Polícia Militar informou que o policial envolvido no incidente foi afastado e que o caso está sendo apurado pela Corregedoria da instituição. O Ministério Público de São Paulo também acompanha as investigações para determinar se houve excesso no uso da força.
Organizações de direitos humanos e movimentos sociais cobram transparência e responsabilização. “É inaceitável que uma criança seja vítima de violência policial em meio a uma operação. Exigimos justiça para Ryan e mudanças nos protocolos de segurança pública”, declarou um representante do Conselho Estadual de Direitos Humanos.
O caso reacende o debate sobre a atuação policial em comunidades e a necessidade de políticas que priorizem a proteção de civis, especialmente em situações de confronto.
Ryan foi enterrado em novembro em um velório acompanhado por centenas de pessoas, que levaram flores e brinquedos em homenagem ao menino. Na época, moradores da região organizaram protestos pedindo justiça.
A família aguarda agora o desfecho das investigações. “Queremos que quem fez isso seja punido. Meu filho não era bandido, era uma criança inocente”, desabafou a mãe em rede social.
Enquanto isso, a Defensoria Pública do Estado oferece assistência jurídica aos familiares, que podem entrar com ações por danos morais e materiais.