Advogado e ativista de direitos humanos, Randy Credico, que tem entrevistado repetidas vezes o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, acusou o governo dos Estados Unidos de retomar sua suja campanha macartista e armar uma nova “Guerra Fria” contra a Rússia.
O ativista, que também é comediante em Nova Iorque, recebeu um pedido de convocação do Comitê de Inteligência do Congresso Americano por hospedar o programa de rádio “Randy Credico Live on the Fly”, que frequentemente tem Assange como convidado.
Confinado há mais de cinco anos na embaixada do Equador em Londres, o fundador do WikiLeaks tem sido alvo de uma violenta perseguição. O tiroteio aumentou ainda mais no ano passado, quando a organização publicou arquivos vazados do Comitê Nacional Democrata e da campanha presidencial de Hillary Clinton. Assange passou então a ser acusado de estar envolvido no escândalo Russiagate e de atuar como representante da Moscou “contra os interesses democratas”, que teria definido as eleições para os republicanos.
Durante uma entrevista à Rússia Today, Credico confirmou que realmente se encontrou com Assange em setembro e novembro de 2017, mas que desconhece qualquer tipo de envolvimento estrangeiro por trás do processo eleitoral norte-americano.
“Eles estão indo atrás de mim, por quê? Por causa da minha conexão com Julian Assange. Eu o entrevistei no ano passado. Eu contei com ele no meu show e eu estive na embaixada do Equador em Londres. Esta é apenas outra maneira de manter vivo este falso inquérito Russiagate”, informou. Conforme o ativista, não há qualquer base de sustentação para o discurso de interferência russa nas eleições. “Eles podem me colocar na prisão, mas certamente não vou colaborar com essa caça às bruxas, com este moderno macarthismo”, frisou.
Sobre os supostos US$ 100 mil gastos no facebook por alegados investidores russos, o ativista ironizou, lembrando que este é um dinheiro tão inexpressivo que “não obteria nem um congressista eleito”. “Washington não quer uma guerra nuclear, eles querem uma Guerra Fria, como fizeram na década de 50”, sublinhou.
Na avaliação de Credico, o povo americano tem algo mais importante com que se preocupar do que “com um fantasma russo falso”, “pois há problemas reais com suas escolas, seus empregos, sua polícia, seus tribunais e prisões”. “Você pergunta a qualquer um nas ruas e eu garanto que a Rússia não vai estar nem no top 20 ou no top 30” das preocupações das pessoas.
LEONARDO SEVERO