
“Bolsonaro reeleito seria uma ameaça à democracia, ao meio ambiente e aos direitos humanos”, afirmou o ex-presidente do BC e do BNDES
O economista Persio Arida declarou nesta quarta-feira (5) que irá votar no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno das eleições presidenciais. “Acho que o Bolsonaro é um risco para a democracia”, alertou Arida, que foi presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do Banco Central (BC) no governo de Fernando Henrique Cardoso e um dos criadores do Plano Real.
“Eu não quero que a nossa democracia morra. Claramente, essa é o primeiro motivo, independente da frustração com os resultados do governo Bolsonaro”, afirmou Persio Arida ao Valor Econômico. O economista também cita a falta de compromisso de Bolsonaro com o meio ambiente. “É uma responsabilidade com o Brasil, mas uma responsabilidade também com a humanidade. A destruição do meio ambiente traz um enorme prejuízo para a economia. Tornou o Brasil um pária no concerto das relações internacionais. Prejudica enormemente a atração de capitais estrangeiros para o Brasil”, disse.
Sobre votar em Lula, Arida disse que “o PT já fez boas e más políticas ao longo dos anos e estou na expectativa de que venham as boas políticas”. Ele relatou que durante a campanha não teve contato com o ex-presidente, mas teve uma conversa com o Aloizio Mercadante e alguns economistas da Fundação Perseu Abramo em março.
“Eu estou aberto, quem quiser conversar comigo no campo democrático, estou disposto a conversar”, declarou. “Essa foi minha postura ao longo de todo o primeiro turno. Continuo com a mesma postura. Se quiserem conversar, converso com maior prazer. Trocar ideias é sempre positivo”.
“Bolsonaro reeleito, seria uma ameaça à democracia, ao meio ambiente e aos direitos humanos”, declarou ao Estadão.