Personalidades e 16 partidos cobram CPI da Covid e rejeitam o autoritarismo

O ato foi coordenado por Fernando Guimarães e contou com a participação de personalidades, intelectuais e lideranças políticas. Foto: Reprodução

Representantes e parlamentares de 16 partidos se reuniram no ato do movimento Direitos Já! pedindo a instalação imediata da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia.

Estavam representados no ato o DEM, PSDB, MDB, Cidadania, PSB, Rede, PT, PSol, PCdoB, PSL, PSD, Podemos, PV, PDT e Solidariedade.

A senadora Simone Tebet (MDB-MS) afirmou que “é uma obrigação moral do parlamento brasileiro investigar. Não se trata de fatos passados, mas de fatos continuados. Faltam leitos, falta oxigênio, falta coordenação, falta vontade política”.

O pedido de abertura da CPI já foi entregue para o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), com todas as assinaturas necessárias, mas o pedido dorme na gaveta do senador.

Roberto Freire, presidente nacional do Cidadania, afirmou que “a pressão sobre o presidente do Senado deve continuar. É um direito da minoria e não pode, o presidente do Senado, sob qualquer argumentação, não instalar”.

“Em lugar de usar a instituição Presidência da República para fazer o bem que o povo precisa, ele usa essa instituição para fazer o mal que o povo abomina”, destacou a ex-senadora e ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.

CPI

O deputado Alessandro Molon (PSB-RJ) rebateu a argumentação de Pacheco e disse que a CPI “não atrapalhará o país, mas ajudará a salvar muitas vidas. CPI já!”.

O ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), concordou com Molon. “A CPI vai salvar muitos brasileiros. É importante dar um recado para o governo: vocês não vão nos calar e não vão nos deter em defesa da vida”, disse.

O presidente nacional do PSDB, deputado Bruno Araújo, disse que “a CPI não é instrumento de retaliação ao governo, é de proteção da sociedade”.

A senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) defendeu que “a CPI da Pandemia é um elemento fundamental para o fortalecimento do processo democrático e de uma função do Congresso Nacional, que é de fiscalização e controle”.

“Bolsonaro é o cerne do problema. Agora, não é mais a pandemia que mata, é o presidente Bolsonaro com tudo o que a gente já viu: o seu negacionismo, por não ter comprado vacinas”, avaliou o deputado Junior Bozzella, vice-presidente do PSL.

O vereador Cesar Maia (DEM), ex-prefeito do Rio de Janeiro, concordou, dizendo que o Brasil “foi um caso de omissão”.

O deputado Fabio Trad (PSD-MS) defendeu que a CPI deve ser instalada “para investigar, para alcançar a verdade, simplesmente a verdade”.

“Precisamos saber até que ponto aqueles que vulgarizaram, que ridicularizaram, que negaram o vírus, a vacina e a máscara contribuiram para esse cenário de mortalidade absurda”, completou.

VACINA

O deputado Marcelo Freixo (PSol-RJ) enfatizou que Jair Bolsonaro “cometeu diversos crimes contra a saúde pública. Ele estimulou o não uso da máscara, falou contra a vacina, visitou diversos lugares provocando aglomerações, desrespeitou a ciência”. Jandira Feghali (PCdoB-RJ) acredita que o governo Bolsonaro ultrapassou “todos os limites da desumanidade no Brasil”.

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) contou que apresentou o pedido de abertura da CPI porque Bolsonaro “atentou contra todas as regras sanitárias, porque o governo implementou uma política de disseminação do vírus, porque fez uma política de negação em relação a todas as vacinas”.

Eduardo Jorge (PV) registrou que Bolsonaro é “responsável por crimes continuados contra a saúde pública”. O deputado José Nelto (Pode-GO) acrescentou que Jair Bolsonaro “mentiu descaradamente” em seu último discurso feito em rede nacional. “A sua fala na televisão foi uma das mais hipócritas do nosso país”.

O presidente nacional do PV, José Luiz Penna, disse que o governo Bolsonaro tem “a rara capacidade de destruir o Estado inteiro. Tudo o que construímos, em todas as frentes”.

TRAGÉDIA

Aldo Rebelo (Solidariedade), ex-deputado, reafirmou a necessidade de abrir a CPI “para apurar as responsabilidades não apenas de instituições, mas também de agentes públicos, e também para o país conhecer as causas, os motivos, investigar quais foram os fatores que nos levaram a essa tragédia”.

O vice-presidente do PCdoB, Walter Sorrentino, avalia que Bolsonaro está se isolando cada vez mais. “Nesse quadro, uma CPI é um instrumento mais agudo para fazer a pressão da sociedade”.

Para Márcio França (PSB), “a inexperiência, a falta de trato, só poderia resultar em um governo com muita dificuldade”.

O ex-ministro da Saúde de Bolsonaro, Luiz Henrique Mandetta (DEM), que foi demitido por defender a querentena e recusar a cloroquina, sustentou que “há necessidade da verdade ser escrita pelo parlamento. Instalem a CPI, esclareçam para que nunca mais se repita”.

O movimento Direitos Já! realizou seu 7º ato na sexta-feira (26). As lideranças políticas e representantes da sociedade civil também defenderam o youtuber Felipe Neto, que sofreu uma tentativa de censura e intimidação por parte do governo Bolsonaro. Ver Felipe Neto, Lancellotti, Alckmin, De Bolle e Hildegard defendem CPI e a democracia

PEDRO BIANCO

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