“Não podemos admitir que a Petrobrás tenha um único e exclusivo objetivo de ter lucros exorbitantes para poder distribuir a seus acionistas”, afirma Alexandre Silveira
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou nesta segunda-feira (1º) que a Petrobrás não tem que atuar com o “único e exclusivo objetivo de ter lucros exorbitantes para poder distribuir a seus acionistas”. Na avaliação dele, a estatal acertou em preservar os investimentos.
“Não podemos admitir que a Petrobrás tenha um único e exclusivo objetivo de ter lucros exorbitantes para poder distribuir a seus acionistas. Nós queremos que ela tenha muito lucro, nós queremos que ela seja altamente competitiva. Nós vamos trabalhar para isso. Até porque quanto maior, mais competitiva ela for, mais recursos nós temos para aplicar, para gerar emprego, gerar renda, gerar crescimento”, defendeu o ministro em entrevista à GloboNews.
A Assembleia Geral Ordinária dos acionistas da Petrobrás (AGO), marcada para 25 de abril, irá ainda avaliar a proposta aprovada pelo Conselho de Administração da empresa no mês passado pela não distribuição dos dividendos extraordinários – associados ao lucro da estatal no quarto trimestre de 2023.
Silveira disse ter ficado “extremamente preocupado e até indignado” com os ataques de parte de jornais e outros órgãos de mídia – instigados pelos acionistas minoritários da estatal.
“Os extraordinários foram encaminhados para uma conta de contingência que serve exclusivamente para pagar dividendos”, explicou o ministro, ao destacar que a medida está de acordo com a lei.
“Existe uma clara demonstração de uma resistência do mercado em consequência da boca torta que [os acionistas] adquiriram nos últimos anos e, em especial, nos 4 anos”, afirmou Alexandre Silveira, referindo-se ao governo de Jair Bolsonaro (PL), que, entre 2021 e 2023, entregou R$ 392 bilhões em distribuição de lucros e dividendos aos acionistas da estatal, na sua maioria estrangeiros, derretendo no país os investimentos da petroleira.
Neste período, “eles faziam o que queriam com o Brasil”, completou o ministro.