“Finalmente, teremos, a partir de maio, uma nova alta administração na Petrobrás, com mudanças na estrutura organizacional e na política da empresa, com novo planejamento estratégico, voltado para as necessidades de desenvolvimento do país e interesses do povo brasileiro”, comemorou a FUP
A Assembleia Geral Ordinária (AGO) dos acionistas da Petrobrás aprovou na quinta-feira (27) a nomeação de oito novos membros do Conselho de Administração (CA), entre eles, o ex-ministro da Ciência e Tecnologia no governo Lula entre 2005 e 2010, Sergio Machado Rezende, e o secretário do Ministério de Minas e Energia (MME), Pietro Adamo Sampaio Mendes, que tinham sido rejeitados pelo Conselho de Administração da estatal sob interferência dos indicados de Jair Bolsonaro – que encerrou seus trabalhos em abril deste ano. A alegação da gestão bolsonarista para o veto baseou-se em requisitos da Lei das Estatais, criada no governo Temer para privilegiar as indicações oriundas do chamado “mercado”.
Ao todo, o governo federal elegeu na AGO seis indicações para o Conselho de Administração (CA) e obteve também a presidência do colegiado, com 53,49% dos votos, pouco mais do total dos votos da União (50,26%), ante 27,78% votos contrários. Indicações aprovadas: Jean Paul Prates, Sergio Rezende, Pietro Mendes (eleito também presidente do colegiado), Bruno Moretti, Efrain Cruz e Vitor Saback.
A Federação Única dos Petroleiros (FUP) destaca que, após mais de 100 dias do início do governo Lula, a Petrobrás finalmente inicia uma nova gestão “para a reconstrução da maior estatal brasileira”.
“Com a eleição de novos integrantes do conselho de administração, o governo Lula completa a troca do comando na Petrobrás, iniciando, assim, efetivamente, uma nova gestão na maior empresa do país”, disse o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar, que comemorou também as aprovações de Sergio Machado Rezende e de Bruno Moretti para o CA da empresa. “Vão poder dar grande contribuição à empresa”, avaliou.
Para Bacelar, a oportunidade reacende a expectativa e confiança de transformações estruturais e estratégias na Petrobrás. “Finalmente, teremos, a partir de maio, uma nova alta administração na Petrobrás, com mudanças na estrutura organizacional e na política da empresa, com novo planejamento estratégico, voltado para as necessidades de desenvolvimento do país e interesses do povo brasileiro”, comentou Bacelar.
ASSEMBLEIA APROVA DISTRIBUIÇÃO DE MAIS R$ 37,3 BILHÕES EM DIVIDENDOS
A assembleia dos acionistas da Petrobrás aprovou na quinta-feira (28) a distribuição de R$ 35,8 bilhões em dividendos – referente ao resultado do lucro obtido pela estatal no quarto trimestre de 2022 – que tinham sido aprovados pelos conselheiros cessantes da estatal e com votos do governo, em março deste ano. O montante será pago em 3 parcelas, no valor total de aproximadamente R$ 2,859 por ação ordinária ou preferencial. Com a aprovação do pagamento de R$ 35,8 bilhões, a distribuição de lucros pela Petrobrás no ano de 2022 ultrapassa a marca dos R$ 215 bilhões, superando o volume já astronômico distribuído em 2021, época em que receberam R$ 101,4 bilhões.
No mês passado, o presidente Lula criticou o volume astronômico de dividendos distribuídos pela estatal. “A Petrobrás entregou de dividendos mais de R$ 215 bilhões, quando ela deveria ter investido metade no crescimento econômico deste país, na indústria brasileira, na indústria naval, na indústria de óleo e gás”, disse sobre o resultado de 2022.
“A Petrobras, em vez de investir, resolveu agraciar os acionistas minoritários com R$ 215 bilhões. E quanto foi o investimento da Petrobrás? Quase nada. Porque a Petrobrás, que no nosso tempo era uma empresa de desenvolvimento nesse país, agora é uma empresa exportadora de óleo cru. Não foi para isso que descobrimos o pré-sal. O pré-sal era para que a gente tivesse um passaporte para o futuro do nosso povo, e que a gente exportasse derivados de petróleo”, declarou.