
“O Suriname, por exemplo, já começa a colher os frutos dessa atividade: em 2023, o governo anunciou um plano para distribuir US$ 750 (cerca de R$ 4.300) para cada habitante do país”, apontou Tadeu de Souza
O vice-governador do Amazonas, Tadeu de Souza, avalia que deixar de explorar o petróleo da Margem Equatorial condenaria uma das regiões mais promissoras do país ao atraso.
“É injustificável que a população local precise esperar mais de uma década pela autorização para explorar um recurso capaz de transformar sua realidade socioeconômica”, afirmou Souza, em artigo publicado no portal Poder 360.
A Margem equatorial brasileira, com uma faixa que se estende entre o Rio Grande do Norte ao Amapá, tem um grande potencial não só para nos assegurar em segurança energética, mas também para reduzir a desigualdade nos estados amazônicos.
“O PIM (Polo Industrial de Manaus), por exemplo, poderá fornecer bens e insumos para atender às demandas logísticas e produtivas criadas por esse novo arranjo econômico, ampliando mercados e a produção de empregos também no Amazonas”, destacou Tadeu de Souza.
O vice-governador do Amazonas também ressalta que enquanto o Brasil debate o tema, países vizinhos como Guiana Francesa e Suriname já avançam na exploração petrolífera na Zona Equatorial.
“O Suriname, por exemplo, já começa a colher os frutos dessa atividade: em 2023, o governo anunciou um plano para distribuir US$ 750 (cerca de R$ 4.300) para cada habitante do país”, apontou.
A Petrobrás aguarda, desde meados de junho de 2023, que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) reavalie sua decisão que negou à estatal o licenciamento necessário para a realização de estudos no bloco FZA-M-59, localizado no litoral do Amapá. Esse bloco é considerado o de maior potencial entre os 42 blocos situados na Margem Equatorial brasileira.
Essa demora do Ibama está gerando prejuízos para Petrobrás. A gestão da estatal já informou ao governo, que neste mês vence o prazo máximo para que a sonda de perfuração entre em operação.
A Petrobrás já pagou R$ 1 bilhão em processos e preparativos para a pesquisa no bloco FZA-M-59. Somente com a sonda, são R$ 2,5 milhões por dia com o aluguel.
A petroleira já entregou a construção do centro de reabilitação de fauna e flora em Oiapoque, o que seria a última exigência do Ibama para liberação do licenciamento ambiental. A unidade tem como objetivo ampliar a capacidade da estatal de agir em emergências ambientais.
Com o fim de destravar a liberação da licença ambiental, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, informou que aguarda a marcação de uma reunião com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.
“Ela [Marina] está para marcar a reunião”, declarou o ministro a jornalistas. “Sou extremamente otimista com relação ao licenciamento de pesquisa na Margem Equatorial. Espero que saia o mais cedo possível”, comentou.