Estatal anunciou redução nos preços da gasolina, do diesel e do gás de cozinha. Refinaria de Manaus, recém privatizada, aumentou o preço do gás de cozinha e a Refinaria de Mataripe, na Bahia, entregue a fundo árabe, tem os preços mais caros do país
A Petrobrás anunciou a redução nos preços da gasolina de R$ 3,28 para R$ 3,08 o litro, equivalente a 6,1%, e do diesel, de R$ 4,89 para R$ 4,49, redução de 8,2% no litro, nas refinarias a partir desta quarta-feira (7).
A companhia anunciou também a redução de 9,8% no Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), o conhecido gás de cozinha, a partir de quinta-feira (8) nas refinarias, com o valor médio de venda para as distribuidoras a R$ 3,23 por quilo. Com a redução, o botijão de 13 kg passaria a valer R$ 42,04.
Essa redução nos preços nas refinarias da estatal vem após aumentos nos combustíveis registrados durante as últimas semanas nos postos de combustíveis, que subiram em média, puxados pela refinaria Mataripe na Bahia, antiga RLAM da Petrobrás, privatizada pelo governo Bolsonaro, que pratica preços acima da estatal.
Após seis semanas consecutivas de alta, o preço da gasolina nos postos brasileiros encerrou o mês de novembro a R$ 5,03 por litro, contra R$ 5,04 da semana anterior. Já o do diesel foi vendido a R$ 6,55 por litro, de acordo com a ANP.
Outro levantamento relevante, feito pelo índice de Preços Ticket Log (IPTL) da Edenred Brasil, com base nos abastecimentos realizados em 21 mil postos, aponta que o preço médio do litro do diesel comum subiu 0,8% nos postos há poucos dias do fechamento do mês passado, fechando a R$ 7,02 o litro. Se comparado a média de novembro do ano de 2021, que era de R$ 5,61, a alta chega a 25%. Com o diesel S-10 as variações de alta seguiram a mesma tendência, comercializado a R$ 7,11, ante os R$ 7,06 de outubro.
“Com exceção da Região Sudeste, os postos voltaram a registrar alta em quase todo o território nacional. Quando analisamos a primeira quinzena de novembro já identificamos esse comportamento de avanço nos preços, que se confirma no fechamento do mês, tendo no Sergipe a maior variação que foi de 3,38% para o tipo comum, e no Ceará de 2,64% para o S-10”, destacou Douglas Pina, diretor-geral de Mobilidade da Edenred Brasil.
Esses aumentos nos preços dos combustíveis se deram sem que a Petrobrás realizasse reajustes nos preços em suas refinarias. Os últimos aumentos foram realizados em meados de setembro. Ocorre que, com a retomado do avanço nos preços do barril de petróleo no mercado internacional a partir do final de outubro, os importadores de combustíveis e a refinaria de Mataripe controlada pela Acelen, do fundo árabe Mubadala, elevaram os preços dos derivados de petróleo no Brasil.
A refinaria da Petrobrás Landulpho Alves (RLAM), renomeada de Mataripe, responsável por cerca de 14% da capacidade de refino do Brasil, atende principalmente os estados da Bahia e Sergipe, além de outros estados da região Norte e Nordeste. Com a privatização, o governo Bolsonaro não apenas entregou o monopólio do refino para o fundo árabe Mubadala, mas também a capacidade de regular os mercados regionais.
De acordo com um levantamento feito pelo Observatório Social do Petróleo e pela Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), “em média, ao longo do ano, a Acelen cobrou 7,7% a mais pela gasolina do que a Petrobrás. A situação é a mesma para o diesel. Em apenas 17 dias do ano, a Acelen vendeu diesel abaixo do preço da Petrobrás. Na média, a Acelen vendeu o diesel a 7,4% mais caro do que a Petrobras”, diz o documento que considera dados da estatal e da Acelen até junho deste ano.
Já a recém privatizada Reman, a Refinaria Isaac Sabbá em Manaus, no Amazonas, não esperou nem um dia para aumentar o preço do gás de cozinha, penalizando os consumidores da região Norte do país.