Os investimentos da Petrobrás no primeiro semestre deste ano foram reduzidos em 7,5% em relação ao mesmo período do ano passado, totalizando R$ 21,3 bilhões.
Este é o quinto ano seguido de redução de investimentos da empresa e o menor valor para o período em 10 anos. Em 2008, os investimentos na primeira metade do ano somaram R$ 20,9 bilhões. A redução é parte do plano de desinvestimento e de desmonte da estatal, que nos últimos anos sofreu com a venda de ativos, terceirizações e privatizações.
Enquanto caem os investimentos da maior e mais importante empresa do país, o efeito cascata recai sobre toda a cadeia produtiva do setor, afetando diretamente a economia do país. O economista-chefe da LCA Consultores, Bráulio Borges, estima que os investimentos da Petrobras, sozinha, já chegaram a representar cerca de 10% de tudo o que é investido por empresas e governos no país. “A Petrobras tem um papel importante no desempenho do PIB, e uma parte da dificuldade de retomada da economia é reflexo de ela estar investindo menos”, afirmou.
Os cortes nos investimentos podem implicar ainda em problemas como falhas de manutenção e acidentes. Um exemplo recente foi o caso da explosão de uma caldeira na Refinaria de Paulínia (Replan), no interior de São Paulo.
Segundo o sindicato dos petroleiros, a explosão ocorreu após a manutenção ter sido realizada por funcionários de uma empresa terceirizada. Além disso, a empresa havia realizado dois planos de demissão voluntária (PDV), que resultou na demissão de 20 mil funcionários, sem que houvesse a reposição dessa mão de obra qualificada.
Outro exemplo, agora uma estrangeira, é o da britânica BP que, após ser privatizada na década de 80, foi responsável por três desastres: uma refinaria explodiu no Texas em 2005, um duto se rompeu no Alasca em 2006 e uma plataforma explodiu no Golfo do México em 2010. Apenas para informação, essa mesma BP foi umas das multinacionais que arremataram áreas do pré-sal no 5º leilão da Agência Nacional do Petróleo (ANP), realizado no mês passado.