Petrobrás tem lucro de R$ 32,7 bilhões no terceiro trimestre

Foram 3,14 milhões de barris de óleo equivalentes por dia de produção (Foto: Petrobrás - Divulgação)

Lucro foi puxado pelo aumento da produção de óleo e gás. Estatal distribui dividendos de R$ 12,16 bi e investimento em refino de apenas R$ 3,3 bilhões

A Petrobrás anunciou, na quinta-feira (6), os resultados do terceiro trimestre, obtendo um lucro líquido de R$ 32,7 bilhões (US$ 6 bilhões), 23% acima do lucro do trimestre anterior, puxado pelo aumento da produção de óleo e gás, que atingiu uma média diária no período de 3,14 milhões de barris de óleo equivalentes por dia. Sobre o lucro do mesmo trimestre do ano passado a variação foi positiva em 2,7%.

O lucro da companhia no ano, até setembro, foi de R$ 94,7 bilhões, um aumento significativo sobre os R$ 53,7 bilhões do mesmo período de 2024.

As receitas da empresa no terceiro trimestre deste ano foram no montante de R$ 127,9 bilhões, totalizando no ano R$ 370,2 bilhões.

O fluxo de caixa operacional atingiu R$ 53,7 bilhões (US$ 9,9 bilhões), sustentado por um EBITDA (Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation, and Amortization – Lucro Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização) ajustado de R$ 63,9 bilhões (US$ 11,7 bilhões).

Os dividendos e juros sobre o capital próprio aprovados para distribuição aos acionistas são de R$ 12,16 bilhões ou 37,2 % dos lucros do trimestre.

Os investimentos realizados pela companhia no período somaram R$ 30 bilhões (US$ 5,5 bilhões), um avanço de 23,7% frente ao terceiro trimestre de 2024. No acumulado de janeiro a setembro, os aportes totalizaram R$ 78,8 bilhões (US$ 14 bilhões). A maior parte foi destinada ao segmento de Exploração e Produção no total de R$ 64,3 bilhões, com foco no desenvolvimento de projetos do Pré-sal. Os investimentos no setor de refino foram de apenas R$ 8,2 bi até setembro.

O país vive uma contradição de ser um grande exportador de petróleo, mas importar cerca de 10% da gasolina e cerca de 20% a 25% do diesel consumido internamente. Os investimentos no refino têm sido muito limitados, mantendo a importação crescente para atender a demanda interna. A saída, mas infelizmente não aplicada, é investir na ampliação do parque de refino para atender a demanda interna.

Os objetivos de elevados lucros no curto prazo estão de acordo com investimentos concentrados na exploração e exportação do petróleo. Investidores internacionais, que já detém a maioria das ações preferenciais da Petrobrás, se beneficiam dessa linha de atuação.

Mais adiante se a “máquina de fazer dividendos”, como a Petrobrás foi chamada há bem pouco tempo atrás, especialmente pelo desempenho do Pré-sal, cujas as reservas entram em declínio a partir de 2030, não funcionar mais, esses aplicadores podem direcionar seus recursos para outras opções do mercado financeiro com grande flexibilidade, menos preocupados com o futuro da empresa, que exigem investimentos em refino.

Passando, talvez, a ganhar dividendos das petroleiras, que, mantida a dinâmica atual, estariam ganhando muitos dólares atendendo a importação de derivados do petróleo, até crescente, que continuaríamos a fazer.

A Associação dos Engenheiros da Petrobrás (AEPET) vem se posicionando há anos no sentido de que a ampliação da capacidade de refino é urgente e que para o futuro para um projeto de desenvolvimento nacional é essencial, questionando inclusive a alta prioridade dada na exploração e exportação do petróleo cru em contraposição ao refino.

Compartilhe

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *