Na última quarta-feira (8), o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Petróleo e Derivados do Estado do Amazonas (Sindipetro) entrou com uma ação civil pública contra o grupo Atem, responsável pela gestão da Refinaria da Amazônia (Ream), devido à falta de divulgação de informações obrigatórias sobre a produção de combustíveis. A Ream, antiga Refinaria Isaac Sabbá (Reman), foi privatizada durante o governo Bolsonaro, em 2022.
“Em 1º de abril de 2024, a ANP [Agência Nacional do Petróleo] respondeu os questionamentos do Sindipetro AM, confirmando o inadimplemento da Ream e o atraso no envio de informações sobre a produção de derivados. Também a ANP confirmou que não foram realizadas fiscalizações presenciais durante o período de setembro a dezembro de 2023”, disse a FUP em nota.
De acordo com o sindicato, a empresa enviou com atraso à agência os relatórios referentes aos meses de junho a dezembro de 2023 e ainda não forneceu os dados relativos a janeiro a março de 2024, o que levanta dúvidas sobre a continuidade das atividades de refino na unidade e traz incertezas quanto à garantia de abastecimento local.
O risco de desabastecimento foi também tema de denúncia feita pelo Sindicato dos Petroleiros da Bahia (Sindipetro-BA), na antiga Refinaria Landulpho Alves (Rlam), outra refinaria privatizada pelo governo Bolsonaro, no suspeito caso de venda ao fundo Mubadala, dos Emirados Árabes Unidos.
Conforme a entidade, em meados de abril, a refinaria não conseguiu colocar para funcionar algumas de suas unidades de refino e distribuidores tiveram que buscar gasolina e gás de cozinha em Pernambuco para compensar a queda na oferta dos produtos.
“Outra grande preocupação para a qual o Sindipetro-BA chama a atenção está relacionada à redução do efetivo de trabalhadores na refinaria, após demissões feitas pela Acelen. A entidade sindical alerta para a sobrecarga de trabalho que recaiu sobre aqueles que permanecem na refinaria e para o clima de apreensão que tomou conta da empresa, pois há ameaças de que as demissões continuem. O Sindipetro-BA já advertiu a Acelen para o perigo desse cenário”, afirma a FUP.
No caso da Ream, o sindicato suspeita que a refinaria tenha interrompido suas operações de processamento e esteja atuando na distribuição de derivados importados.