
Os petroleiros protestaram contra as declarações da presidente da Petrobrás, Magda Chambriard, que afirmou avaliar a possibilidade de privatizar o Polo Bahia Terra, como tentou fazer o governo Bolsonaro em 2020. O bloco é composto por 28 blocos em terra, com produção de cerca de 9 mil barris por dia de petróleo, ou 12 mil barris de óleo equivalente, se incluído o gás natural.
No último dia 9, cerca de 600 trabalhadores e trabalhadoras realizaram manifestação com palavras de ordem e faixas com dizeres como: “a Bahia não está à venda” e “Privatizar faz mal para o Brasil”.
Durante o ato, a coordenadora geral do Sindipetro Bahia, Elizabete Sacramento, afirmou que “o acionista majoritário da Petrobrás é o Estado brasileiro, então a empresa precisa estar a serviço do povo brasileiro. Não pode visar apenas a maximização dos lucros. O lucro da Petrobrás precisa dar retorno ao povo, a quem de fato pertence essa riqueza, e não apenas aumentar a fortuna dos acionistas da companhia”.
Elizabete destacou que o governo Lula precisa se posicionar em defesa da sociedade baiana, que foi fundamental na construção da indústria petroleira. “Se a Petrobrás existe hoje, tudo começou aqui na Bahia. É reparação histórica”, disse.
Deyvid Bacelar, coordenador-geral da FUP, também fez duras críticas às declarações do presidente da Petrobrás. “Vender esse polo é rasgar a história da Petrobrás e ignorar o papel estratégico da Bahia para o setor energético nacional. Esse polo foi fundamental para o nascimento da indústria do petróleo no Brasil. É uma oportunidade de a Petrobrás retomar sua expertise em produção onshore, abandonada durante os governos de Temer e Bolsonaro. Não aceitaremos retrocessos. A Bahia não está à venda!” afirmou.
O deputado estadual Radiovaldo Costa (PT), que também é petroleiro, lembrou do recente anúncio de investimentos da Petrobrás na Bahia, um volume de R$ 16 bilhões em cinco anos para dobrar a produção de petróleo no estado e apontou que outros ativos já privatizados pela estatal resultaram em redução de salários, aumento de acidentes de trabalho e aumento de preços para consumidores. “Não tem sentido Magda vir com essa fala agora. Mas não mediremos esforços para lutar contra a privatização, não vamos aceitar isso, pois essa empresa é fundamental para a população”, destacou.
De acordo com as entidades, a categoria já solicitou também reuniões com a presidência da Petrobrás, com o ministro de Minas e Energia e com o governador da Bahia.