
Em manifestações simultâneas no Rio de Janeiro, em Salvador e em várias capitais do país, petroleiros da ativa, aposentados e pensionistas da Petrobrás protestaram contra os equacionamentos da Petros (Fundação Petrobras de Seguridade Social), que preveem descontos nos vencimentos de aposentados para cobrir rombos.
Os atos, convocados pela Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) e Federação Única dos Petroleiros (FUP), têm o objetivo de “pressionar o aporte imediato da patrocinadora Petrobrás no fundo de previdência, que ano após ano segue deficitário, corroendo salários, aposentadorias e pensões, causando prejuízo aos seus participantes”, afirmam as entidades.
A categoria reivindica a suspensão do Plano de Equacionamento de Déficit (PED) de 2021 e também maior participação dos trabalhadores na gestão da Petros.
Em Salvador, o coordenador geral da FUP, Deyvid Bacelar, disse que os petroleiros não aceitarão que o conselho de administração bolsonarista continue insistindo no desmonte da Petrobrás, em contraponto aos desejos do novo governo.
“Os trabalhadores e trabalhadoras não temos a culpa dos erros das gestões Temer e Bolsonaro. Queremos aposentadoria digna e integral. Não ao equacionamento! Fora bolsonaristas da Petros! Em defesa do patrimônio dos trabalhadores e trabalhadoras”, disse.
O sindicalista saudou a unidade da categoria e das diversas entidades de petroleiros, como a FUP, a FNP e vários sindicatos e associações presentes aos atos em todo o Brasil. “Todos unidos, dizendo não ao PED e sim aos recursos que precisam vir da Petrobrás, que é a maior patrocinadora do plano Petros1”.
Conforme o secretário-geral da FNP, Adaedson Costa, “não é razoável o sacrifício que estão fazendo os aposentados e pensionistas que construíram a Petrobrás. Muitos estão com graves problemas de subsistência devido ao atual equacionamento, inclusive para se alimentar. Nunca houve interesse da Petrobrás em resolver esse problema do equacionamento e do patrocínio”, destacou.
No Rio, o coordenador geral do Sindipetro, Tezeu Bezerra, também lembrou de que ainda há muitos bolsonaristas encastelados na Petrobrás e disse que “as privatizações estão canceladas pelo presidente Lula e que está na hora da gestão bolsonarista sair da empresa”.
“Essa é a hora de unir o pessoal da ativa e os aposentados para exigir da Petrobrás o pagamento das suas dívidas e livrar a categoria desse PED assassino, que sequestra as aposentadorias e os salários dos trabalhadores. Vamos juntos nessa luta”, conclamou Eduardo Henrique, também secretário-geral da FNP.
Em Sergipe, o presidente do Sindipetro, Fernando Borges, alertou para a gravidade da situação: “Há trabalhadores que estão em desespero por não conseguirem arcar com outras obrigações em razão do valor que é descontado todos os meses”.
Segundo o sindicalista, a situação chegou a esse nível porque o fundo de pensão da Petrobrás foi alvo de um rombo bilionário. Diante disso, a empresa buscou dividir com os trabalhadores esse prejuízo, aumentando o valor descontado mensalmente. Ainda segundo Fernando, além do déficit no fundo de pensão, a empresa também possui uma dívida com o plano de saúde complementar, o que gera mensalmente dois descontos onerosos para os trabalhadores.
“Tudo isso foi fruto de investimentos e decisões da própria empresa que não deram certo. Não é culpa dos trabalhadores. Então não é justo que os trabalhadores sofram descontos de R$ 4 mil, R$ 5 mil ou até mais em razão das decisões erradas da empresa. O Petros, por exemplo, é administrado por indicados da Petrobras”, disse.
Além de Rio de Janeiro e Bahia, atos e mobilizações também aconteceram em Pernambuco, Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Rio Grande do Norte, Ceará, Amazonas, Alagoas, Sergipe, entre outros estados.