O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), admitiu que não conseguirá quitar os salários atrasados dos servidores neste ano. Segundo ele, o que está garantido neste fim de ano é o pagamento do 13º salário de 2016, ou seja, com mais de um ano de atraso.
Após o acordo de empréstimo no valor de R$ 2,9 bilhões do governo do Rio com o banco francês BNP Paribas no final da tarde da última quinta-feira (14), em Brasília, Pezão declarou que o pagamento dos servidores só será efetuado no final de janeiro de 2018. O valor da dívida do governo do Rio com os servidores já chega a R$ 2,4 bilhões.
De acordo com o governador, “inicialmente, a operação com o banco BNP Paribas era de R$ 3,5 bilhões. O Tesouro Nacional aprovou menos, R$ 2,9 bilhões”. Ainda segundo Pezão, dos R$ 2,9 bilhões, o estado recebeu apenas a primeira parcela, de R$ 2 bilhões, os outros R$ 900 milhões têm previsão para sair em 60 dias. Desta forma, Pezão não irá cumprir a promessa de iniciar 2018 com todos os salários mensais em dia. O Rio vai iniciar o próximo ano devendo parte da folha de novembro, além do 13º salário de 2017.
O Rio de Janeiro passa por uma profunda crise econômica desde 2015, em parte pela queda do preço do barril do petróleo, o que gerou uma diminuição na arrecadação dos impostos provenientes da commodity no Estado. A situação se agravou pela crise política que o estado se encontra. Com a cúpula dos governantes presa por diversos crimes de corrupção descobertos em desdobramentos das operações Lava Jato e Cadeia Velha. Entre os encarcerados estão o ex-governador Sérgio Cabral, cujas penas somadas já chegam a 87 anos, o deputado estadual e ex-presidente da Alerj, Jorge Picciani, além dos deputados Edson Albertassi e Paulo Melo.