Ainda teve dois bônus de R$ 1 milhão
O ex-governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, recebia uma mesada de até R$ 150 mil de propina, afirmou o operador financeiro do ex-governador Sérgio Cabral, Sérgio de Oliveira Castro.
No começo, os pagamentos para Pezão eram de R$ 50 mil, mas foram crescendo até chegar a R$ 150 mil. As mesadas incluíam 13º e dois bônus de R$ 1 milhão. O Ministério Público Federal (MPF) estima que Pezão tenha recebido R$ 40 milhões.
Conhecido como “Serjão”, que se tornou colaborador na Operação Lava Jato, ele disse que fazia os pagamentos em mãos para Pezão.
“Sempre foram entregues nas mãos do Luiz Fernando Pezão. Nunca acumulou, as minhas entregas mensais sempre eram programadas do dia 15 ao dia 21. Se passasse muito tinha reclamação. Do dia 15 a 20 eu pagava o Pezão”, disse em depoimento.
A homologação da delação aconteceu na terça-feira (14).
Por conta da recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de que os acusados devem ter acesso às delações e interrogatórios de colaboradores, o juiz federal Marcelo Bretas suspendeu o depoimento que Pezão deveria prestar ainda na terça.
O operador explicou que no governo de Sérgio Cabral foi instituído o pagamento de mesadas para alguns de seus indicados. Pezão, que era seu vice, foi um dos escolhidos.
“No primeiro governo do Sérgio Cabral, desde o segundo mês do governo, foi instituída uma vantagem para algumas pessoas do governo. Entre elas, o [futuro] governador Luiz Fernando Pezão”.
O dinheiro vinha dos 5% de propina exigidos por Sérgio Cabral sobre os contratos firmados entre o governo do estado e as empresas privadas.