O objetivo era: “desgaste do governo com afastamento dos ministros; e impeachment do presidente da República”.
O general Mario Fernandes, que foi preso pela Polícia Federal por executar plano para o assassinato de Lula, Alckmin e Moraes tinha em seus arquivos um documento com orientações de como os parlamentares bolsonaristas deveriam atuar na CPMI do Golpe para tentar culpar o governo Lula pelo 8 de janeiro e buscar a soltura dos 1.500 terroristas que participaram do ataque.
O documento, encontrado no HD de Fernandes, revela que o golpista continuou ajudando os bolsonaristas e que a intenção do grupo na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Golpe era atrapalhar as investigações e enfraquecer o governo Lula.
O documento foi criado no dia 16 de maio de 2023, nove dias antes da instalação da CPMI, e detalha as “ideias-força” que deveriam orientar a atuação dos bolsonaristas.
O primeiro ponto do arquivo fala que os parlamentares deveriam buscar “mostrar a responsabilidade do governo federal no ocorrido”, alegando que este prevaricou ao deixar os terroristas chegarem à Praça dos Três Poderes.
O objetivo, escrito de forma explícita, é: “desgaste do governo com afastamento dos ministros; e impeachment do presidente da República”.
Em seguida, os parlamentares bolsonaristas deveriam “mostrar o abuso de poder do STF, principalmente do Alexandre de Moraes, na prisão de cerca de 1500 patriotas” que participaram do ataque de 8 de janeiro e comparar com as prisões em massa feitas pelos nazistas.
Neste caso, o objetivo era o: “desgaste do STF e do Alexandre de Moraes, a fim de acabar com a ditadura da toga; impeachment de ministro do STF; anular a prisão e soltura dos patriotas”.
A última “ideia-força” era atacar a Polícia Federal por ter cumprido ordens e prendido os terroristas. O documento fala que a PF, ao colocar os golpistas presos em um ginásio, agiu como os “nazistas em relação aos campos de concentração”.
Novamente, o objetivo era “anular a prisão e a soltura dos patriotas”.
O documento apreendido com Mario Fernandes diz com destaque: “todos os parlamentares devem explorar as três ideias-forças, com o intuito de massificá-las em todas as pessoas no decorrer da CPMI”.
A segunda parte do documento instrui os parlamentares bolsonaristas a convocar membros do governo Lula, como o então ministro da Justiça, Flávio Dino, e o então chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Gonçalves Dias. Ambos foram convocados.
Além de dezenas de possíveis perguntas, todas buscando emplacar a farsa de que o governo Lula é responsável pelo golpe, o documento ressalta que os parlamentares devem orientar-se sempre pelas “três ideias-forças”.
O general Mario Fernandes foi preso pela Polícia Federal na Operação Contragolpe, que investiga o planejamento feito por ele e outros militares bolsonaristas para assassinar Lula, Geraldo Alckmin e Alexandre de Moraes antes do fim do governo Bolsonaro.