PF amplia cerco ao esquema bilionário de desvios de emendas

Operação cumpriu cinco mandados de busca e apreensão (Foto: Divulgação - PF)

A 8ª fase da Operação Overclean mira políticos, ex-gestores e empresários por fraudes, corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo recursos parlamentares

A Polícia Federal deflagrou, nesta sexta-feira (31), a 8ª fase da Operação Overclean, para desarticular organização criminosa suspeita de fraudes em licitações, desvio de recursos de emendas parlamentares, corrupção e lavagem de dinheiro.

Agentes cumpriram 5 mandados de busca e apreensão de valores ilícitos em Brasília (DF), São Paulo (SP), Palmas (TO) e Gurupi (TO).

As medidas foram autorizadas pelo ministro Nunes Marques, do STF (Supremo Tribunal Federal).

A ação teve apoio da CGU (Controladoria-Geral da União) e da Receita Federal.

ALVOS DESTA FASE

Entre os principais investigados estão:

• Luiz França, secretário nacional do Podemos;

• Éder Martins Fernandes, ex-secretário de Educação do Tocantins;

• Claudinei Aparecido Quaresemin, ex-secretário de Parcerias e Investimentos do Tocantins; e

• Itallo Moreira de Almeida, ex-diretor da Secretaria de Educação de Goiânia.

Segundo as investigações, os alvos participavam de esquema para direcionar contratos e superfaturar serviços públicos, com o uso de empresas de fachada.

“Os investigados poderão responder pelos crimes de organização criminosa, corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitações e contratos administrativos, além de lavagem de dinheiro”, informou por meio de nota PF.

POSICIONAMENTO

Em nota, o Podemos afirmou não ter relação com a operação e declarou apoio às investigações.

O partido destacou que os fatos remontam ao período em que o Estado do Tocantins era governado pelo extinto PHS, incorporado posteriormente pelo Podemos.

Segundo a sigla, a ação diz respeito à atuação profissional de Luiz França como advogado, por meio de consultoria jurídica.

REINCIDÊNCIA E FUGA

Itallo de Almeida já havia sido alvo da primeira fase da Overclean, em dezembro de 2024, quando exercia o cargo de diretor Administrativo da Secretaria Municipal de Educação de Goiânia.

Com prisão decretada e afastamento do cargo, ele conseguiu fugir. Conforme a PF, Itallo teria atuado na Secretaria de Educação do Tocantins e recebido R$ 172,6 mil para favorecer empresas do esquema.

ORIGEM

A operação teve início após a PF identificar fraudes em contratos ligados ao Dnocs (Departamento Nacional de Obras Contra as Secas), financiados por emendas parlamentares. O esquema previa:

• desvio de verbas para obras superfaturadas e serviços inexistentes;

• simulação de concorrência com empresas de fachada; e

• atuação em diversos municípios, inicialmente na Bahia.

A primeira fase, em dezembro de 2024, levou à prisão de 16 pessoas na Bahia, São Paulo e Goiás.

As etapas seguintes avançaram sobre políticos e agentes com foro privilegiado — muitos deles do União Brasil. Desde então, documentos, celulares, computadores e bens de luxo foram apreendidos, o que ampliou o número de suspeitos.

Estima-se que o esquema movimentou mais de R$ 1,4 bilhão em recursos públicos.

CRIMES INVESTIGADOS

Os investigados podem responder por: organização criminosa, corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitações e lavagem de dinheiro.

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