Os policiais federais da 11ª fase da Operação Lesa Pátria, deflagrada na manhã desta quinta-feira (11), apreenderam um arsenal e maços de dinheiro na casa de empresários financiadores dos atos terroristas de 8 de janeiro.
No Mato Grosso do Sul, um dos alvos é o empresário Adoilton Fernandes Coronel, de Maracaju (MS). Ele já constava como financiador dos atos em uma lista divulgada pela Advocacia-Geral da União em fevereiro. A PF apreendeu um arsenal na casa de Coronel. As armas são registradas, mas foram apreendidas para ressarcir o poder público pela devastação praticada pelos vândalos no 8 de janeiro.
No interior de São Paulo, em Bauru, os policiais apreenderam dinheiro em espécie na casa do empresário Geraldo Cesar Killer, de 58 anos.
Cesar Killer é sócio da GCKON Participações, empresa criada em 2005 com três unidades em municípios paulistas, que trabalha com loteamentos, imóveis e consultoria em gestão empresarial.
Segundo o site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o empresário de Bauru doou R$ 10 mil para a campanha de Jair Bolsonaro (PL) e R$ 10 mil para a campanha do senador Marcos Pontes (PL), ex-ministro de Ciência e Tecnologia.
Adoilton Coronel é apoiador declarado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ele é dono de uma loja de materiais de construção de Maracaju, município a 149 km da capital Campo Grande, capital de Mato Grosso do Sul. Ele também é 2º secretário da Associação Empresarial da cidade.
Segundo a PF, não há mandados de prisão sendo cumpridos nesta quinta.
Mais uma pessoa foi presa em flagrante em Castro, nos Campos Gerais do Paraná, por ser flagrado com duas armas de fogo sem registro. Ele foi encaminhado à delegacia e deve ter uma fiança arbitrada, de acordo com a polícia.
No Paraná, os agentes cumprem 19 mandados de busca e apreensão expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo a PF, os alvos são de Missal, Londrina, Cornélio Procópio e Castro. Nesta última cidade, 15 ordens judiciais foram cumpridas.
OPERAÇÃO
A Polícia Federal (PF) deflagrou a operação nesta quinta-feira cumprindo 22 mandados de busca e apreensão contra os organizadores e financiadores dos atos terroristas do dia 8 de janeiro.
Naquele dia trágico, golpistas bolsonaristas invadiram e vandalizaram os edifícios do Supremo Tribunal Federal (STF), do Congresso Nacional e do Palácio do Planalto. Atacaram e agrediram policiais e servidores públicos que tentaram impedir os crimes.
As buscas aconteceram em Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná.
Ainda conforme a PF, a Justiça determinou o bloqueio de bens, ativos e valores dos investigados até o limite de R$ 40 milhões. Esse montante pode ser usado, em caso de condenação, para cobrir os danos ao patrimônio público e ressarcir o Estado.
Estão sendo alvos desta operação empresários, produtores rurais e CACs (colecionadores de armas, atiradores ou caçadores esportivos).
A Operação Lesa Pátria foi iniciada ainda em janeiro para identificar e reunir indícios contra os denunciados de agir, financiar e estimular os atos golpistas que depredaram as sedes dos Três Poderes no início do ano.
A PF informou ainda que os fatos investigados constituem, “em tese, os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido”.
O STF, que julga esses casos, até o momento já decidiu, por ampla maioria, pela abertura de ações penais contra 550 pessoas das 1.390 pessoas denunciadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
Do total, 239 fazem parte do núcleo dos executores, 1.150 integram o núcleo dos incitadores e uma pessoa está inserida no núcleo que investiga a omissão de agentes públicos.
O ministro do STF, Alexandre de Moraes, votou na terça-feira (9) para tornar réus mais 250 bolsonaristas, iniciando a quarta leva de julgamentos para decidir se aceita a denúncia da PGR. Se aceita, o número de réus chegará 800.
FASES
Nas dez fases anteriores da operação Lesa Pátria, a Justiça também determinou bloqueios financeiros de outros envolvidos nas ações.
Veja o balanço das operações:
69 mandados de prisão preventiva (sem prazo definido);
4 mandados de prisão temporária (com prazo determinado);
174 mandados de busca e apreensão;
17 instaurações de inquérito policial.