A Polícia Federal vai enviar, ainda em abril, uma equipe para os Estados Unidos para aprofundar a investigação sobre as joias vendidas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro depois de desviadas e levadas para o exterior no avião presidencial.
Os investigadores usarão a viagem para descobrir como se deu o contato entre os aliados de Jair Bolsonaro e as lojas de joias.
Eles também buscarão revelar para quem que essas pessoas repassaram o dinheiro da venda das joias. O FBI já está colaborando com a Polícia Federal nesse inquérito.
Somente o conjunto de peças dadas pela Arábia Saudita para a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, composto por um relógio, um anel, um par de brincos e um colar, todas de ouro branco e diamantes, é avaliado em R$ 5,6 milhões pelo Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal (PF). Inicialmente, havia uma estimativa das autoridades alfandegárias de que elas valeriam em torno de R$ 16,5 milhões.
No fim de dezembro de 2022, quando fugiu para os Estados Unidos, Jair Bolsonaro levou pelo menos quatro pacotes de joias para vendê-los.
A operação da venda envolveu o ex-ajudante de ordens, Mauro Cid, seu pai, o general Mauro Lourena Cid, e várias outras pessoas.
Em um áudio obtido pela PF, Mauro Cid falou que tinha US$ 25 mil (equivalentes a mais de R$ 125 mil pelo câmbio da época) em espécie para entregar para Jair Bolsonaro.
Um dos conjuntos foi colocado à venda em uma loja especializada chamada “Precision Watches” mas, depois de vazado o escândalo das joias, o grupo de Bolsonaro se apressou para “recomprá-lo”.
Nessa operação, até o advogado de Bolsonaro, Frederick Wassef, foi acionado. Ele usou US$ 49 mil (cerca de R$ 250 mil) para conseguir adquirir as peças que foram desviadas por Jair.
A legislação brasileira diz que o presidente da República só pode se apoderar de objetos de uso personalíssimo e de baixo valor, como camisetas e bonés.