A Polícia Federal está investigando a participação do sargento da Aeronáutica, Jorge Luiz da Cruz Silva, no esquema de tráfico internacional de drogas como recrutador.
A investigação foi aberta depois que outro sargento da FAB, Manoel Silva Rodrigues, foi preso na Espanha transportando 39 kg de cocaína na comitiva de Bolsonaro, em 2019.
A PF cumpriu, na terça-feira (2), 15 mandados de busca e apreensão e duas medidas cautelares que impedem a saída de investigados do Distrito Federal. Militares da FAB também participaram da operação denominada Quinta Coluna.
Entre os alvos estão três empresas e duas pessoas físicas, entre elas a esposa do sargento preso em 2019, Wikelaine Nonato Rodrigues, e um tenente-coronel que também servia à presidência da República.
A juíza Pollyanna Kelly Alves argumentou para a sua decisão de deflagrar a operação citando os gastos excessivos do casal Wikelaine e Manoel Rodrigues. No fim de abril de 2019, Manoel Silva Rodrigues realizou uma viagem a trabalho para a Espanha.
Na mesma época, a esposa de Rodrigues começou uma reforma no apartamento em que o casal vivia. Segundo a investigação, Wikelaine Rodrigues gastou R$ 26 mil com a obra e os móveis adquiridos. Já no começo de maio daquele ano, o casal adquiriu uma motocicleta por R$ 32,9 mil.
Segundo a juíza, Jorge Luiz da Cruz Silva esteve envolvido “nos eventos criminosos de transporte de substância entorpecente do Brasil para Europa em conjunto com Manoel Silva Rodrigues”.
No despacho que permitiu operações de busca e apreensão no âmbito da Operação Quinta Coluna, a juíza disse que as investigações da PF afirmam “a existência de indícios de que Jorge Luiz da Cruz Silva, possivelmente, recrutou militares da FAB para o transporte de substâncias ilícitas”.
“Segundo informações repassadas por colaborador anônimo que descreveu o modus operandi do esquema criminoso, Jorge Luiz da Cruz Silva seria a pessoa responsável pela indicação de militar da FAB que recrutaria ‘mulas’ para o transporte de substância entorpecente”, continua o despacho.
A juíza reiterou que as informações passadas por um colaborador anônimo foram investigadas e confirmadas pela PF.
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