A sede do PSL em Minas Gerais foi alvo de buscas por parte da Polícia Federal na investigação que apura um esquema de candidaturas laranjas, durante a eleição de 2018. A seção do partido em Minas era presidida na época pelo atual ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, que se elegeu deputado federal com a melhor votação no Estado.
Os policiais apreenderam documentos relativos à produção de material gráfico de campanhas eleitorais. A operação denominada “Sufrágio Ostentação” cumpriu, na manhã desta segunda-feira (29), sete mandados de busca e apreensão, em Belo Horizonte e mais quatro cidades mineiras.
Além da sede do partido de Jair Bolsonaro, a PF esteve em uma gráfica no bairro Ipanema, na capital mineira, e em mais duas – em Contagem e em Lagoa Santa, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Os agentes também fizeram buscas em endereços em Coronel Fabriciano e Ipatinga, no Vale do Rio Doce.
Segundo a PF, o objetivo da ação é esclarecer irregularidades na aplicação de recursos para cotas femininas. Para a PF, os “indícios são fortes” de que o PSL mentiu na prestação de contas. “Os indícios são fortes que ou a gráfica não produziu nada ou produziu para outros candidatos”, disse o delegado da PF, Marinho Rezende, responsável pela investigação
“Isso é um indício concreto que a gente acha que está amplamente comprovado. Aquelas prestações de contas não refletem a verdade do que efetivamente ocorreu em termos de gastos de recursos”, afirmou o delegado.
Em fevereiro, foi aberto um inquérito para investigar suspeitas de candidaturas laranjas, após candidatas da legenda denunciarem que foram usadas para desviar dinheiro público do fundo eleitoral.
Candidata a deputada federal, Adriana Maria Moreira disse que o partido pediu que ela devolvesse R$ 90 mil dos R$ 100 mil que ela receberia para fazer campanha. Ela afirmou que não aceitou as condições.
Zuleide Aparecida de Oliveira, que concorreria a deputada estadual, acusou Marcelo Álvaro Antônio de convidá-la diretamente para ser candidata laranja. “Ele, o Marcelo, me ofereceu R$ 60 mil, R$ 45 mil eu teria que devolver, R$ 15 mil ficaria para eu usar na campanha contratando gente, e eles me dariam R$ 80 mil em material”, disse.
A Justiça de Minas Gerais investiga pessoas que receberam quantidades significativas de dinheiro, mas tiveram número muito baixo de votos. De acordo com as suspeitas, o ministro indicou ao comando nacional do PSL e repassou R$ 279 mil em recursos do fundo eleitoral às candidatas Lilian Bernardino, Milla Fernandes, Débora Gomes e Naftali Tamar.
Investigação sobre candidata laranja do partido em Pernambuco e outras complicações levaram à queda em fevereiro do então secretário-geral da Presidência da República, Gustavo Bebbiano.
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