Após a análise de objetos e documentos apreendidos no apartamento do senador Aécio Neves (PSDB/MG), no Rio de Janeiro, a Polícia Federal (PF) apontou indícios de que o tucano usava dois celulares com linhas telefônicas registradas em nome de laranjas para fazer ligações sigilosas.
Segundo relatório da PF, “aparelhos celulares simples” foram encontrados no apartamento localizado no bairro de Ipanema, durante o cumprimento de mandados de apreensão expedidos pelo ministro Edson Fachin, com base na delação premiada do empresário Joesley Batista, um dos donos do grupo J&F.
“Pelas descrições dos itens 20 e 25 acima, tratam-se de aparelhos telefônicos simples/descartáveis normalmente utilizados para conversas ponto-a-ponto (análogo a uma rede fechada) com pessoas determinadas/restritas de modo a evitar eventuais vazamentos do número utilizado na ligação, visando a maximização do sigilo das ligações”, diz o documento.
Para identificar quem eram os proprietários das duas linhas, os investigadores solicitaram os dados às operadoras de telefonia TIM e Vivo. As empresas informaram que os telefones pré-pagos estavam registrados em nome de duas pessoas diferentes:
Laércio de Oliveira, agricultor que trabalha em fazendas do interior de Minas; e Mitil Ilchaer Silva Durao, montador de andaimes domiciliado no Espírito Santo.
Além das duas linhas telefônicas registradas em nome de Oliveira e Durao, os peritos descobriram que um dos aparelhos já havia sido registrado em nome de pessoas que tinham vínculos empregatícios com a irmã de Aécio, Andréa Neves. A perícia também chama atenção que os últimos registros de ligações feitas pelos aparelhos “não denotam ser de pessoas de convívio social de assinantes daquelas linhas”.