A Polícia Federal desencadeou na manhã desta quinta-feira (3) a operação “Câmbio, Desligo”, visando prender 45 pessoas e desbaratar uma organização criminosa voltada para a prática de crimes financeiros, como evasão de divisas, lavagem de dinheiro transnacional, ocultação e ocultação de divisas.
A operação ocorreu nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná e Brasília. Além das prisões preventivas, foram cumpridos quatro mandatos de prisão temporária e 51 mandatos de busca e apreensão. Da operação participaram também o Ministério Público e a Receita Federal.
A ação se deu a partir das informações – em colaboração premiada – dos doleiros Vinícius Vieira Barreto Claret, o Juca Bala, e Cláudio Fernando Barbosa, o Tony. Eles fazem parte do esquema do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB/MDB). Segundo eles, a organização criminosa movimentava US$ 1,6 bilhão de dólares (cerca de R$ 5,290 bilhões), num esquema composto por 3 mil offshores (empresas criadas em países que aceitam essas atividades ilícitas, os chamados paraísos fiscais) em 52 países.
Apontado como o maior doleiro do país pelas autoridades, o principal alvo da “Câmbio, Desligo” é Dario Messer, que mora no Rio de Janeiro e no Paraguai. Os outros alvos são outros doleiros, clientes do esquema e usuários finais do sistema. A operação foi determinada pelo juiz federal Marcelo Bretas, da 7ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, responsável pelo Lava Jato no estado.
Messer é filho de Mardko Messer, doleiro mentor de Claret e Tony na década de 80. Era ele quem dava suporte financeiro para a dupla. Messer era dono do banco EVG, de Antígua e Barbuda, abastecido com contas de doleiros e empresários. Entre eles, estão Alexandre Accioly e Arthur Cesar de Menezes Soares Filho, o “Rei Arthur”, que pagava propina para Sérgio Cabral, segundo o Ministério Público.
Claret, o Juca Bala, já foi citado nos depoimentos dos executivos da Odebrecht, do doleiro Lúcio Funaro e os doleiros Renato e Marcelo Chebar, também do esquema de Sérgio Cabral. Ele auxiliou Cabral a evadir US$ 85 milhões (mais de R$ 280 milhões).
Juca Bala e Tony foram presos pela Operação Eficiência no Uruguai em março do ano passado, delatados pelos irmãos Chebar, que também entregaram o mega-pilantra Eike Batista, muito estimado por Dilma Rousseff, a mulher mais honesta.