
A Polícia Federal encontrou no celular de uma assessora do vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) um aplicativo de grampo e monitoramento. O aparelho foi apreendido na operação sobre a “Abin paralela”.
O aplicativo é ilegal e o monitoramento, seja através de “grampo” ou monitoramento, de outros aparelhos pode levar a uma pena de prisão de três meses a um ano.
A assessora Luciana Paula Garcia Almeida disse que usava para acompanhar seu filho menor de idade.
Ela é investigada por auxiliar o grupo bolsonarista infiltrado na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e repassar informações para Carlos.
Em outubro de 2022, Luciana pediu a Alexandre Ramagem, que tinha sido diretor-geral da Abin até março daquele ano, que identificasse todos os inquéritos sigilosos que tramitavam na Polícia Federal sobre “o PR [o então presidente da República, Jair Bolsonaro] e 3 filhos”.
Na sexta-feira (4), Carlos Bolsonaro e Luciana Almeida prestaram depoimento à PF sobre a espionagem ilegal no governo Bolsonaro.
A Polícia Federal pretende concluir o inquérito e apresentar o relatório ainda em abril, podendo fazer o indiciamento do ex-diretor da Abin e do atual deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ).
Uma investigação já revelou que a “Abin paralela” utilizou a ferramenta israelense de monitoramento First Mile pelo menos 887 vezes contra adversários políticos de Jair Bolsonaro.
Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), foi criada “estrutura paralela no órgão central do Sistema Brasileiro de Inteligência, a ABIN, projetada à implementação de ações com viés político, em grave desacordo com os limites pelo Estado Democrático de Direito”.
A quadrilha contava com agentes cedidos por outros órgãos à Agência, como o policial federal Marcelo Araújo Bormevet e o sargento do Exército Giancarlo Gomes Rodrigues. Eles responderam a Alexandre Ramagem.