Para complicar ainda mais a dupla Bolsonaro/Cid, também foram encontrados certificados de diamantes sauditas na casa do “ajudante”, que, coincidentemente, pagava as contas da “família”, além de uma casa em nome do irmão do ex-ajudante de ordens nos EUA avaliada em R$ 8 milhões
A Polícia Federal está investigando um depósito de R$ 400 mil na conta do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), Mauro Cid. Segundo a PF, o depósito foi feito em março de 2022 por João Norberto Ribeiro, tio da esposa de Cid, Gabriela Cid. Uma mansão avaliada em R$ 8 milhões em nome do irmão do “faz-tudo” de Bolsonaro também foi descoberta nos EUA.
DINHEIRO NA CONTA E MANSÃO NOS EUA
O dinheiro em poder de Mauro Cid, parte do qual foi achado em espécie em sua casa, já era investigado em outro inquérito, que apura a participação de Mauro Cid em pagamentos de contas pessoais da família Bolsonaro. A PF desconfiou do depósito após a apreensão de R$ 200 mil em espécie na casa de Cid na última semana. Na residência, foram encontrados US$ 35 mil e R$ 16 mil durante uma operação de culminou com a prisão de Cid.
Os investigadores ainda apuram uma troca de mensagens de Mauro Cid em que cita remessas de dinheiro para os Estados Unidos. A defesa do ex-ajudante de ordens tentou justificar dizendo que Cid possui conta no exterior e que, por isso, repassa valores para fora do país. Além de Cid, outras cinco pessoas foram presas, durante a Operação Venireo, da PF, sendo duas delas seguranças do ex-presidente. Jair Bolsonaro também foi alvo da PF e teve o celular apreendido.
A operação da Polícia Federal que redundou na prisão de Mauro Cid investigava a falsificação de cartões de vacina de Bolsonaro, sua filha e seus assessores. O “faz-tudo” de Bolsonaro é acusado de ter incluído a vacina contra a Covid-19 para que todos pudessem entrar nos Estados Unidos no fim do ano passado.
JOAIS SAUDITAS
Para complicar ainda mais a situação de Bolsonaro e de seu “ajudante”, a Polícia Federal (PF) encontrou na casa dele certificados de diamantes sauditas. A informação é da revista Veja, segundo a qual os envelopes estavam na cozinha do militar. Aparentemente não existem indícios de que o material se trate dos presentes recebidos pelo ex-presidente Bolsonaro do governo da Arábia Saudita, ou que as joias sejam de propriedade da família Cid.
Os agentes da PF também encontraram uma série de pendrives espalhados pelo imóvel e um caderno que estaria preenchido com informações de contabilidade e escrito “anotações políticas”. Desde a semana passada, Cid está preso preventivamente, sendo investigado por envolvimento no esquema de inserção de dados falsos sobre o cartão de vacina no sistema do Ministério da Saúde.
O tenente-coronel teria falsificado sua certidão de vacinação para entrar nos Estados Unidos, além de ter atuado para cometer a mesma fraude no cartão de Bolsonaro e sua filha mais nova, Laura. Ele também é investigado no inquérito que apura a entrada ilegal de joias sauditas no Brasil, em 2021. Ele chegou a assinar um ofício para a liberação dos itens que ficaram retidos na Receita Federal do aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, além de ter cooperado com outros membros do governo Bolsonaro.