O plano fracassado dos bolsonaristas era a criação de “perturbações da ordem pública” que justificassem a decretação da GLO (Garantia da Lei e da Ordem)
A Polícia Federal descobriu no celular do tenente-coronel Mauro Cid, o “faz-tudo” de Bolsonaro, uma “minuta” de um golpe de Estado e confirmou a trama urdida no Planalto contra a democracia. O plano frustrado tentou envolver as FFAA na aventura golpista de Bolsonaro.
O texto encontrado é uma minuta de um decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) e alguns “estudos” que, segundo investigadores da PF, eram destinados a dar suporte a um golpe de Estado.
O plano dos bolsonaristas era a criação de “perturbações da ordem pública” que justificassem a decretação da GLO (Garantia da Lei e da Ordem). Os atos terroristas na sede da Polícia Federal no dia da diplomação de Lula que culminaram na depredação dos Três Poderes no fatídico 8 de janeiro de 2023, em Brasília, faziam parte dos planos.
A medida permitiria a Bolsonaro, derrotado nas urnas, criar um pretexto – forjado por eles mesmos – para convocar as Forças Armadas para uma intervenção. O resultado mostrou que as Forças Armadas não embarcaram na trama palaciana dos fascistas.
Os detalhes sobre essa nova evidência, que se assemelha ao documento que foi encontrado na casa de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça de Bolsonaro – que previa a decretação do Estado de Defesa na sede no TSE -, e que ainda não foram divulgados ao público, foram revelados após Mauro Cid depor na sede da PF em Brasília nesta terça-feira (6). As informações são de Malu Gaspar, do jornal O Globo.
O ministro Alexandre de Moraes afirma no despacho que autorizou a oitiva de Cid que o ex-ajudante de ordens “reuniu documentos com o objetivo de obter suporte jurídico e legal para a execução de um golpe de estado”. O texto de Moraes considera que o material dos golpistas trata “da possibilidade de emprego das Forças Armadas em caráter excepcional destinados a garantir o funcionamento independente e harmônico dos poderes da União”.
Os documentos de Cid estavam em mensagens trocadas com o sargento Luis Marcos dos Reis, preso junto com ele no início de maio na operação que apura fraudes nos cartões de vacinação de diversas pessoas, entre elas o ex-presidente e sua filha Laura. Reis deve ser ouvido nesta quarta-feira pela PF.