Trapaças para vender as joias e a correria para recuperá-las e esconder a participação de Bolsonaro no esquema deixaram rastros inquestionáveis. Se permitissem, ele e Guedes vendiam até o Palácio do Planalto
Os detalhes do relatório da Polícia Federal sobre o desvio das joias árabes por Jair Bolsonaro e seus auxiliares revela que a quadrilha vendeu as peças nos EUA e repassou o dinheiro diretamente para o então presidente da República. Quando o escândalo veio a público, eles correram para tentar apagar os vestígios da transação. O relatório final da PF tem 476 páginas e é assinado pelo delegado responsável pelo caso, Fabio Shor.
O valor total das joias vendidas chega a US$ 1.227.725,12 ou R$ 6.826.151,661, segundo a PF. O montante não considera os bens que ainda não foram periciados, além das esculturas douradas de um barco e uma árvore e um relógio Patek Philippe, que também foram vendidos.
Com a descoberta da Receita de que auxiliares de Bolsonaro tentavam entrar com joias escondidas em suas malas, o caso virou um escândalo. A determinação do Tribunal de Contas da União (TCU) de que as joias furtadas fossem devolvidas para o patrimônio público gerou uma correria dos envolvidos para tentar reaver as joias que haviam sido vendidas.
Nesta correria, os criminosos, todos do entorno de Bolsonaro, deixaram várias pistas que levaram a Polícia Federal e obter as provas contra a quadrilha. A PF desvendou toda a trama e ainda detectou que o dinheiro da venda dos objetos foi entregue em mãos e em dinheiro vivo a Jair Bolsonaro.
Os detalhes dessa trapalhada, que visava apagar os rastros dos crimes, constam do relatório final do inquérito da Polícia Federal sobre as joias, tornado público nesta segunda-feira (8).
Uma das operações de auxiliares de Bolsonaro era para recuperar o chamado “kit ouro branco”. O conjunto era formado por um anel, abotoaduras, um rosário islâmico e um relógio da marca Rolex. O TCU deu um prazo para que eles aparecessem.
Uma das mensagens trocadas entre Mauro Cid e Marcelo Câmara, ex-assessor de Bolsonaro, revelam o receio dos dois de que o esquema de desvio e venda das joias fosse descoberto. “O problema é que essa matéria está falando que se o TCU quiser ir lá vai encontrar [a joia] e não vai”, diz Marcelo Câmara mostrando preocupação com uma auditoria do TCU no armazém onde estaria o acervo privado do ex-presidente, incluindo as joias sauditas.
Há fortes indícios de que as joias desviadas não eram só presentes dos árabes, mas também “retribuições” dadas ao bando de Bolsonaro pelas negociatas levadas a cabo, tanto por ele quanto por Paulo Guedes, envolvendo a venda do patrimônio público. Muito desses ativos foram vendidos a preço de banana, como foram os casos das refinarias, da BR, gasodutos da Petrobrás e outros bens.
A operação de venda, e depois a trapalhada para recuperar as joias vendidas, teve de tudo. O pai de Mauro Cid entrou no esquema a pedido do filho e foi orientado a fotografar as peças. Ele fotografa as esculturas de uma árvore e de um barco dourados que estavam sendo negociados nos Estados Unidos e não percebe que o reflexo na foto mostraria a sua cara atrás da maquina fotográfica. Ele acabou produzindo uma prova contra si mesmo. A imagem foi obtida pela PF numa mensagem trocada pelo pai e o filho e analisada pelos investigadores.
Já o advogado Frederick Wassef foi ainda mais ridículo. Ele se encontrou com Bolsonaro nos EUA e relatou o episódio em áudio para sua namorada sobre o assédio de investigadores que o seguiam na “operação”. “Era assim: um bolinho de gente lá tirando foto com ele, outro bolo igual tirando foto comigo, foi a coisa mais louca que eu vi na minha vida, cara. Isso do… isso porque eu tava do outro lado da calçada. De escondidinho, atrás de um poste pra não ser visto, mas não teve jeito. Puta que pariu! Fodeu!”, disse.
Wassef explicou para uma atendente da agência de viagens que precisava “viajar escondido”.
“Eu quero ficar colado. Cabeça, minha cabeça colada na fuselagem, deu pra entender? Ou seja, o banco, ele tem que tá… ele tem que tá deitado assim: com a cabeça apoiada no banco e na fuselagem, na parede do avião, olhando pra janelinha. É bem o contrário. Por favor! Porque, senão, aqueles banco é (sic) uma porcaria, tua cabeça fica no corredor, todo mundo passa, esbarra, olha pra tua cara e eu não posso, cara. Eu sou público, eu tenho que tá escondidinho ali”, disse em mensagem de texto para a atendente de uma agência de viagens, segundo relatório da PF.
O caso, tornado público por decisão do ministro Alexandre de Moraes, seguiu nesta segunda-feira (8) para análise do procurador-geral da República, Paulo Gonet, que terá 15 dias de prazo para se manifestar sobre a denúncia. Este é o primeiro inquérito no qual a Polícia Federal afirma explicitamente que Bolsonaro recebeu dinheiro em espécie desviado dos cofres públicos, já que os presentes eram considerados patrimônio do Estado brasileiro.
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já passou da hora dos 50 milhões de eleitores alienados refletirem sobre seus VALORES, e seus votos nesse clã maldito(bolsonaro), parasita dos cofres públicos, arruaceiros e golpistas, que ignoram o real significado dos Valores Humanos. esse bando subverte a ordem constituida e tenta destruir a Democracia e enxovalhar os Tres Poderes. SEM ANSITIA, E FORA BOLSONARO E CORJA DE LADRÕES DOS COFRES PÚBLICOS, JÁ!!!!!!!
PORCURAM-SE GOLPISTAS, MAMATEIROS E LADRÕES DOS COFRES PÚBLICOS, DE PREFERENCIA PRESOS E SEM ANSITIA, JÁ.