Apesar dos esforços por parte da Polícia Federal, o italiano Cesare Battisti continua foragido.
Segundo o diretor-geral da PF, Rogério Galloro, a Interpol também está trabalhando no caso e é possível que Cesare só venha a ser encontrado em outro país.
“Acredito sim que ele vai ser encontrado. Não sei se em território brasileiro, mas ele será encontrado”, declarou Galloro. “Os protocolos de busca para fugitivos internacionais foram todos acionados. Já acionamos as diversas polícias internacionais, inclusive a Interpol. Temos algumas pistas cujos detalhes, obviamente, não posso adiantar”, comentou Galloro.
“A PF já prendeu Cesare Battiti três vezes. Todas as vezes ele foi liberado”, lembrou o delegado.
Cesare foi condenado à prisão perpétua por quatro homicídios na Itália na década de 70, está no Brasil desde 2004 e em 2007 o governo italiano pediu sua extradição.
O Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou a sua extradição em 2010, porém deixou a palavra final para o então presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, que negou a extradição em seu último dia de mandato. O governo italiano recorreu e o relator do caso no STF, ministro Luiz Fux, concedeu liminar para que Battisti não fosse expulso.
Mas no dia 13, quinta-feira, Fux revogou essa liminar e afirmou que cabe ao presidente extraditar ou não porque as decisões políticas não competem ao Judiciário. Michel Temer assinou a extradição no dia dia 14.
A PF, a partir desta decisão, vem correndo atrás do italiano, que vivia em Cananéia, no litoral paulista. Segundo a PF, Battisti viveu por anos no centro da cidade em imóvel emprestado por um amigo, mas há seis meses construiu uma casa em uma região mais periférica. Não foi encontrado em nenhum dos locais.
Também foi procurado no imóvel de sua ex-companheira, com quem teve um filho, em São José do Rio Preto (SP), mas não foi encontrado. A casa de um casal de amigos, que vive em Santos (SP), também foi investigada sem sucesso.
Foram, de acordo com a última atualização, no mínimo 32 operações da PF para tentar encontrar Cesare.
Em outubro de 2017, o italiano foi preso em Corumbá (MS), que faz fronteira com a Bolívia, em um taxi do país vizinho e carregando cerca de R$ 20 mil em euros e dólares, mas foi liberado.
A PF chegou a tentar um acordo de rendição junto à defesa de Cesare. Porém, o defensor do italiano disse que não consegue contato com seu cliente desde a decisão do STF. Há dez dias a PF também divulgou 20 possíveis disfarces de Cesare para passar desapercebido, além de um telefone e um e-mail para os quais podem ser enviadas quaisquer informações sobre o possível paradeiro do italiano fugitivo.