Governo vai pedir à PF que apure divulgação de mentiras sobre enchentes no Rio Grande do Sul, diz o ministro da Casa Civil, Rui Costa. No pedido à PF, o governo inclui publicações feitas em redes sociais pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o senador Cleitinho (Republicanos – MG)
O ministro da Casa Civil, Rui Costa afirmou, nesta terça-feira (7), que o governo vai pedir à PF (Polícia Federal) a abertura de investigações sobre a divulgação de conteúdos falsos a respeito das enchentes no Rio Grande do Sul.
Essas mentiras têm sido divulgadas pelas hordas bolsonaristas que nem ajudam e ainda atrapalham muito.
A catástrofe ambiental, provocada pelas chuvas que transbordaram rios, matou até o momento mais de 90 pessoas no Estado. Os governos federal, estadual e municipais montaram operações de resgate que seguem em curso.
“É fake a informação que estão sendo retidas as doações para cobrança de impostos”, alerta Artur Lemos, Secretário-chefe da Defesa Civil do Rio Grande do Sul.
Também se disseminou nas redes sociais a informação de que órgãos de segurança estão exigindo nota fiscal das doações que estão sendo transportadas pelo estado. É mentira.
Outras mentiras dizem que helicópteros estão sendo impedidos de ajudar, marmitas estão sendo fiscalizadas, que dinheiro do PIX para doações está sendo desviado para o governo federal. Uma fake news diz ainda que o show de Madona foi pago pelo governo federal com recursos da Lei Rouanet.
A Globonews esta denunciando uma mentira espalhada pelo bolsonarista Pablo Marçal. Ele espalhou que caminhões com ajuda estão sendo barrados por falta de nota fiscal.
No pedido à Polícia Federal (PF) para investigar fake news sobre a tragédia do Rio Grande do Sul, o governo inclui publicações feitas em redes sociais pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o senador Cleitinho (Republicanos – MG).
PLANALTO MONITORA CATÁSTROFE
Rui anunciou as apurações durante reunião de ministros na “sala de situação” que o governo federal criou no Palácio do Planalto para monitorar as ações no Rio Grande do Sul.
“Pedi que o ministro [Ricardo] Lewandowski (Justiça) desse entrevista à imprensa anunciando que vai pedir à Polícia Federal que abra procedimento, e que a AGU [Advocacia-Geral da União], junto com o Ministério da Justiça, irá acionar os órgãos competentes para consequente ação judicial e de responsabilização dessas pessoas”, disse o ministro.
O chefe da Casa Civil relatou que militares reclamaram que a divulgação de informações falsas no Estado dificulta as operações de resgate.
O ministro da Secom (Secretaria de Comunicação Social), Paulo Pimenta, também defendeu a apuração e punição de grupos que divulgam desinformação.
Enquanto Rui Costa falava, Pimenta comentou com o colega que é preciso tomar medidas duras com quem divulga informações falsas.
SABOTAGEM ORGANIZADA
“As Forças Armadas e equipes de resgate da Defesa Civil estão exaustas de tanta fake news. AGU e PF devem agir para identificar os agentes criminosos para impedir sua ação organizada para prejudicar os resgates e salvamentos”, disse Pimenta.
“Se estamos em uma ‘guerra’ para salvar vidas, quem age como traidor tem que ser tratado como traidor, pois prejudica o trabalhado de resgate e salvamento”, acrescentou.
“São vandalismos e assaltos pulverizados”, diz chefe da PF, no RS sobre crimes, neste momento de imensa dor e perdas diante da tragédia que se abateu sobre todo o Estado.
ABRIGOS
Os ministros fizeram um balanço da situação no Rio Grande do Sul. Pimenta explicou que há situações diferentes conforme a região do estado, mas que ainda há necessidade de resgate de pessoas.
Na opinião do chefe da Secom, o foco no momento deve ser garantir abrigo de pessoas, em especial na região metropolitana de Porto Alegre.
“Eu acho que o grande foco agora nos próximos dias é abrigo. O que fazer com mais de 50 mil pessoas. [São] 50 mil pessoas em abrigos na região metropolitana, 3 refeições por dia são 150 mil refeições por dia. Água, lixo, material de higiene, gênero de primeira necessidade, descarte de toda essa estrutura”, avaliou.
Pimenta informou que retorna ao Rio Grande do Sul, nesta quarta-feira (8), acompanhado do ministro da Integração Nacional, Waldez Goes.