O ex-governador de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli (PMDB), e seu filho, André Puccinelli Júnior, foram presos preventivamente na terça-feira (14), em Campo Grande, durante a 5ª fase da operação Lama Asfáltica – batizada de Papiros de Lama.
Eles deixaram o Centro de Triagem, no Presídio do Segurança Máxima da capital sul-matogrossense, na tarde da quarta-feira (15), após habeas corpus concedido pelo desembargador Paulo Pontes, do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3). O desembargador já havia solto Puccinelli em maio. Naquela ocasião, Puccinelli precisou usar tornozeleira eletrônica por uma semana. O ex-advogado de Michel Temer, Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, atuou no pedido de habeas corpus do ex-governador.
Puccinelli é apontado pela investigação como chefe de um esquema de propina existente há mais de dez anos. O montante de desvio comprovado, até o momento, é de R$ 235 milhões, informou o delegado da Polícia Federal, Cléo Mazzotti.
A investigação apontou que os recursos eram desviados por meio do direcionamento de licitações públicas, superfaturamento de obras públicas, aquisição fictícia ou ilícita de produtos, financiamento de atividades privadas sem relação com a atividade-fim de empresas estatais, concessão de créditos tributários com vistas ao recebimento de propina e corrupção de agentes públicos.
Segundo nota divulgada pelo Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União (CGU), que também participaram da operação, “os valores repassados por propina eram mascarados com diversos tipos de operações simuladas, de forma a dar falsa impressão de licitude ao aumento patrimonial dos integrantes da organização ou de dar maior sustentação financeira aos projetos”.
Além da prisão preventiva do ex-governador e seu filho, a PF cumpriu dois mandados de prisão temporária, seis de condução coercitiva e 24 de busca e apreensão. A Justiça também determinou o sequestro de valores em contas bancárias de pessoas físicas e empresas investigadas. Puccinelli é do esquema peemedebista de Temer.