A Polícia Federal indiciou o ex-coach e candidato derrotado à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal (PRTB), por ter usado um documento falso contra Guilherme Boulos (PSol) para acusá-lo de ter sido internado por uso de cocaína.
Dois dias antes do primeiro turno, Marçal divulgou em suas redes sociais um laudo falso, no qual constava uma assinatura falsificada do médico já falecido José Roberto de Souza, para atacar seu adversário.
Com o indiciamento, a Polícia Federal reconhece haver evidências de que Pablo Marçal cometeu crimes. A investigação seguirá e seu resultado será apresentado ao Ministério Público, a quem cabe oferecer a denúncia para a Justiça.
O milionário fascista prestou depoimento à PF nesta sexta-feira (8), mas tentou passar a culpa para sua equipe, que, segundo ele, divulgou o documento fraudado em suas redes sociais.
Logo depois do primeiro turno, Marçal também tentou se afastar da culpa dizendo que não participou da produção do laudo e que somente fez a divulgação.
O documento-farsa de Marçal dizia que Boulos foi internado, em janeiro de 2021, com “quadro de surto psicótico grave, em delírio persecutório e ideias homicidas” e que o deputado federal teria testado positivo para cocaína.
Logo depois da divulgação, a filha do médico José Roberto de Souza veio a público denunciar que a assinatura usada era falsa e que seu pai sequer atuou na clínica que constava no laudo falso.
Tanto a Polícia Federal quanto a Polícia Civil de São Paulo concluíram que a assinatura era falsa. Os peritos compararam a assinatura que constava no documento com outras feitas por José Roberto de Souza e avaliaram que não tinham as mesmas características.
“Verificou-se a prevalência das dissimilaridades entre a assinatura questionada e os padrões apresentados, tanto nas formas gráficas, quanto em suas gêneses, não havendo evidências de que tais grafismos tenham sido escritos por uma mesma pessoa”, concluíram os peritos da PF.
Pablo Marçal ficou em terceiro lugar no primeiro turno das eleições em São Paulo, perdendo para Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos. Sua participação no pleito foi marcada por seu empenho em disseminar fake news.
Marçal já falava que ia provar que Boulos era usuário de cocaína e tinha sido preso com a droga desde o começo da disputa, mas depois que o caso foi desmentido, desistiu. Ele usaria o caso de um homônimo, isto é, outra pessoa chamada Guilherme Boulos, para atacar seu adversário.
Além disso, o bolsonarista se recusou a admitir que já foi preso e condenado por um esquema de fraudes bancárias do qual participou quando era jovem. A condenação foi mostrada por outros candidatos, em especial por Tabata Amaral (PSB).