A Polícia Federal em Sergipe indiciou, nesta segunda-feira (26), três policiais rodoviários federais por homicídio qualificado e abuso de autoridade no caso envolvendo a morte de Genivaldo de Jesus Santos durante abordagem policial, há quatro meses, no município de Umbaúba, região sul do estado. Os investigados devem responder por abuso de autoridade e homicídio qualificado (quando a vítima fica sem meios de defesa).
A corporação concluiu o relatório nesta data e encaminhou o documento ao Ministério Público Federal, que tem 15 dias para análise do inquérito e apresentação de denúncia à Justiça quando a ação criminal for ajuizada.
Genivaldo morreu em decorrência de asfixia e insuficiência respiratória após ser trancado em viatura da PRF e submetido à exposição de gás lacrimogêneo, conforme laudo do IML produzindo à época. Ele teria sido parado pelos agentes por trafegar de moto sem capacete, conforme alegaram na ocasião.
“O inquérito policial foi encaminhado, nesta segunda-feira (26/9), ao Ministério Público Federal para providências de sua competência, permanecendo a Polícia Federal à disposição para quaisquer outras eventuais diligências julgadas necessárias ao apuratório”, disse a PF, em nota.
Kleber Nascimento Freitas, Paulo Rodolpho Lima Nascimento e William de Barros Noia foram citados pelo Fantástico, da TV Globo, como os responsáveis pela ação que resultou na morte de Genivaldo. Os agentes envolvidos diretamente na ocorrência foram afastados das funções pela PRF. O trio já havia admitido o uso de spray de pimenta e gás lacrimogêneo dentro da viatura.
Os três policiais já prestaram depoimento à Polícia Federal, além de outros dois agentes que assinaram o boletim de ocorrência, mas não participaram da abordagem, segundo as investigações.
“Esperamos que seja realmente cumprido. Estamos lutando por justiça, sabemos que não vai trazer a vida dele de volta, mas lutamos para não acontecer com outras pessoas e que outras famílias não passem por essa dor”, declarou Walisson de Jesus Santos, sobrinho da vítima.
“O coração da gente ainda não amenizou o sofrimento, o que a gente quer é a prisão dos assassinos”, disse Damarise de Jesus Santos, irmã de Genivaldo.
A Justiça Federal em Sergipe negou o pedido de prisão dos três policiais rodoviários federais feitos pela defesa da vítima a pedido dos familiares.