A Polícia Federal (PF) instaurou, na quarta-feira (12), quatro inquéritos para investigar o vazamento de mensagens de celular trocadas entre procuradores da República que integram a força-tarefa da Lava Jato e o ex-juiz federal Sérgio Moro, atual ministro da Justiça e Segurança Pública.
Os investigadores trabalham com a hipótese de que houve uma ação orquestrada. Há a suspeita de que a invasão ao celular de Moro e de integrantes do Ministério Público Federal (MPF) tenha sido planejada. A investigação não aborda o conteúdo.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) também abriu um procedimento para acompanhar o trabalho da PF. A procuradora-geral Raquel Dodge considerou os ataques graves e disse que configuram uma situação que pode comprometer diversas apurações em curso.
Os investigadores estão colhendo indícios sobre a autoria e qual o método usado pelos hackers. No caso de Moro, já se sabe que o ministro atendeu a uma ligação de um número igual ao dele, o que teria permitido o acesso ilegal ao aplicativo Telegram – que ele não usava mais. As investigações estão em andamento em Curitiba, Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo, sede das principais frentes da Lava Jato.
No mês passado, procuradores da Lava Jato no Rio de Janeiro e no Paraná relataram tentativas de invasões semelhantes.
O Telegram, no entanto, disse que não sofreu qualquer ataque e aponta que as contas de Moro ou dos procuradores poderiam não estar bem protegidas ou que pode ter havido invasão do próprio telefone celular dos envolvidos. G