PF intima assessor que intermediou R$ 1 milhão de propina para Angorá

Eliseu Padilha, ministro da Casa Civil de Temer, também é conhecido como Angorá nas planilhas de propina da Odebrecht. Foto: Geraldo Magela - Agência Senado

O delegado federal Tiago Delabary, responsável pelo inquérito que apura o pagamento de R$ 10 milhões da Odebrecht ao PMDB, após negociação no Palácio do Jaburu, intimou a depor o ex-assessor parlamentar do ministro Eliseu Padilha (Casa Civil), Ibanez Filter. Ele também intimou os executivos Marcelo Odebrecht e Fernando Migliaccio, este último ex-chefe do departamento de propina da empreiteira.

 Ibanez foi apontado pelo doleiro Antonio Claudio Albernaz, o Tonico, como a pessoa que recebeu, em 2014, R$ 1 milhão da Odebrecht, que seria destinado ao codinome Angorá. Executivos da empresa usavam Angorá para se referir a Eliseu Padilha e Moreira Franco.

 Tonico informou à PF que, em julho ou agosto de 2014, foi procurado por Fernando Migliaccio com a orientação de repassar R$ 1 milhão. Segundo ele, o valor foi atípico, porque normalmente fazia entregas menores de R$ 100 mil.

 O doleiro disse em depoimento ter informado a Migliaccio que não tinha como disponibilizar valores tão altos, e recebeu a resposta de que o dinheiro seria providenciado para ele. Seu escritório foi usado como ponto de entrega do dinheiro.

 Ele informou aos investigadores que não conhecia o homem que foi buscar os valores, mas, depois, tendo aparecido uma figura no cadastro “Angorá”, reconheceu Ibanez porque o ex-assessor de Padilha era conhecido em Porto Alegre por suas ligações com o Grupo Hospitalar Conceição.

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