A Polícia Federal intimou Jair Bolsonaro a prestar depoimento sobre o caso dos empresários que defenderam um golpe de Estado, buscando impedir a posse de Lula, em um grupo de WhatsApp. O depoimento foi marcado para o dia 31 de agosto.
Bolsonaro foi intimado por conta de mensagens contendo ataques e mentiras contra o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que enviou para um desses empresários, Meyer Nigri, fundador da Tecnisa.
No celular de Nigri, a Polícia Federal encontrou uma mensagem enviada pelo contato “Pr Bolsonaro 8”. A mensagem e o vídeo enviados pelo contato tinham conteúdo golpista de ataque ao TSE e de mentiras sobre o sistema eleitoral brasileiro.
Em caixa alta, Jair Bolsonaro orientou Nigri: “Repasse ao máximo”.
Meyer Nigri respondeu que “já repassei para vários grupos!”. E acrescentou: “abs [abraços] de Veneza”.
A mensagem foi encaminhada por Nigri ao grupo “Empresários & Políticas”, onde foram flagradas as primeiras mensagens golpistas trocadas por empresários bolsonaristas.
Para a PF, “a pessoa associada ao contato Pr Bolsonaro 8 enviou ao investigado Meyer Nigri, as mensagens com conteúdo não lastreado ou conhecidamente falso (fake News), atacando integrantes de instituições públicas”, em especial ministros do STF.
O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, determinou o arquivamento da investigação contra os outros empresários do grupo. Ficou de fora do arquivamento o empresário Luciano Hang, que não entregou a senha dos celulares apreendidos.
As diligências contra Nigri e Hang foram estendidas por mais 60 dias.
Jair Bolsonaro já teve que prestar depoimento nos casos das joias desviadas e vendidas nos Estados Unidos, no inquérito sobre o atentado golpista do dia 8 de janeiro, no caso das fraudes em cartões de vacinação e sobre o plano golpista que envolvia o senador Marcos do Val (Podemos-ES).