A Polícia Federal vai pedir cooperação com órgãos dos Estados Unidos e do Reino Unido para investigar as mentiras de Jair Bolsonaro sobre as vacinas, associando-as a casos de Aids, e sobre o uso de máscaras, defendendo que as pessoas não precisam usar.
Bolsonaro propagou as falsificações em transmissões ao vivo feitas em suas redes sociais. O Facebook, o Instagram e o Youtube deletaram as gravações da live por conta de seu negacionismo.
Em outubro de 2021, Jair Bolsonaro falou em uma live feita em suas redes sociais que “os totalmente vacinados estão desenvolvendo a síndrome de imunodeficiência adquirida muito mais rápido do que o previsto”.
Segundo ele, os dados eram de relatórios do governo do Reino Unido, o que é mentira. Na própria transmissão é possível ler um trecho do site “before it’s news”, conhecido por divulgar fake news.
A PF vai entrar em contato com o Departamento de Saúde e Assistência Social do Reino Unido para revelar a mentira de Jair Bolsonaro.
Outra cooperação vai ser com os Estados Unidos. Também em transmissão ao vivo, Bolsonaro falou que o uso de máscaras não era recomendado para toda a população, e citou um e-mail do imunologista Anthony Fauci.
Bolsonaro omitiu que o documento era de fevereiro de 2020 e não disse que dois meses depois os órgãos de saúde dos Estados Unidos passaram a recomendar que toda a população utilizasse máscara.
A Polícia Federal informou que vai checar com o Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos se algum profissional do instituto, especialmente Anthony Fauci, fez publicações que contraindicassem o uso do protetor facial.
De acordo com Bolsonaro, os estudos dos EUA apontariam que a maior parte das mortes na pandemia de gripe espanhola ocorreram por uma pneumonia bacteriana causada pelo uso de máscaras.
A delegada responsável pela investigação, Lorena Nascimento, informou que a PF está investigando os crimes de epidemia, de infração de medida sanitária preventiva e de incitação ao crime cometidos por Bolsonaro.
Ela informou que a PF também vai investigar a confiabilidade dos sites usados por Bolsonaro como fonte para as fake news, a exemplo do “before it’s news”.