A Polícia Federal está investigando o gasto de R$ 6 milhões com operações ilegais da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) em comunidades do Rio de Janeiro em 2021, durante a gestão de Alexandre Ramagem.
Os investigadores estão apurando se a operação milionária, que foi realizada sem nenhum pedido mostrando sua necessidade, tem alguma conexão com a candidatura de Ramagem para deputado federal em 2022.
Segundo o site Poder360, dos R$ 6 milhões gastos nas operações em comunidades, cerca de R$ 1,5 milhão foram usados somente com informantes.
Esses valores, de acordo com fontes da Abin ouvidas pelo Poder360, são “exorbitantes” para operações de inteligência.
Estão sendo investigados o ex-diretor-geral da Abin, Victor Carneiro, que era, no momento da operação, superintendente da Agência no Rio de Janeiro, e Felipe Arlotta, que foi quem indicou os informantes das comunidades para a operação.
Documentos sobre a operação, ainda que sem identificação da Agência, foram encontrados na casa de Alexandre Ramagem. Eles tinham como título “Plano de Operações 06/2021”.
Felipe Arlotta, agente da Polícia Federal cedido à Abin, é alvo de um processo administrativo disciplinar (PAD) aberto pela Controladoria-Geral da União (CGU) por ter se ausentado do trabalho por mais de dois meses entre 2021 e 2022.
A gestão de Alexandre Ramagem, hoje deputado federal, na Abin está sendo investigada pelo uso ilegal de ferramentas de espionagem, como a FirstMile, contra adversários políticos do governo Jair Bolsonaro e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).