O Ministério do Trabalho do governo Michel Temer não consegue sair das páginas policiais. É um escândalo atrás do outro. Acaba de ser revelado mais um esquema criminoso de propina no órgão, desta vez comandado pelo deputado Paulinho da Força, do Partido Solidariedade, e Jovair Arantes, líder do PTB na Câmara Federal. Segundo a Polícia Federal, os prepostos dos dois partidos no Ministério cobravam propina para liberar os registros sindicais.
O esquema foi revelado à Polícia Federal por Afonso Rodrigues de Carvalho, presidente do Sintrave (Sindicato das Pequenas e Micro Empresas de Transporte Rodoviário de Veículos Novos do Estado de Goiás). Ele tentava regularizar a entidade desde 2012. O processo estava parado. Os emissários do esquema, Silvio de Assis e Verusca Peixoto, procuraram Afonso e disseram a ele que a carta só sairia mediante pagamento de R$ 4 milhões em propina.
Afonso Rodrigues gravou a conversa e levou os áudios à PF (Polícia Federal), que passou a monitorar o caso. A PF orientou que Rodrigues de Carvalho mantivesse as negociações. Em um segundo encontro, também monitorado, ele reclamou do alto valor cobrado e o preço da propina caiu para R$ 3,2 milhões. O órgão responsável pela liberação dos registros sindicais no ministério é a Secretaria de Relações do Trabalho. Quem ocupa este cargo atualmente é Carlos Cavalcante de Lacerda, indicado ao posto por Paulinho da Força, presidente do Solidariedade.
Para disfarçar a propina foi firmado um contrato de consultoria falso entre Afonso Rodrigues e os dois prepostos do Ministério. O documento serviria para legalizar a passagem do dinheiro. Três cheques, que só poderiam ser descontados após a efetivação do serviço, chegaram a ser entregues por Carvalho aos intermediários. Para obter provas do envolvimento dos políticos no esquema, Afonso Rodrigues, orientado pela PF, marcou nova reunião com a Verusca Peixoto. Rodrigues de Carvalho foi apresentado por ela a Rogério Arantes, sobrinho de Jovair, diretor do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) e indicado pelo PTB.
Rogério prometeu ajudar a resolver tudo junto a Leonardo Arantes, secretário-executivo do Ministério do Trabalho e outro sobrinho de Jovair Arantes. Verusca Peixoto confirmou todo o esquema criminoso para a PF e em entrevista à revista Veja. Ela disse que “se você não paga, não sai o registro” e que Rogério Arantes receberia cerca de R$ 1 milhão pelo serviço.
Quem cuida dos registros sindicais no ministério é a Secretaria de Relações do Trabalho. O titular do órgão é Carlos Cavalcante de Lacerda, indicado ao posto por Paulinho da Força, presidente do Solidariedade. Para a PF, Solidariedade e PTB comandam a pasta em uma espécie de sociedade da propina. Segundo a revista Veja, a autoridade policial já submeteu ao STF (Supremo Tribunal Federal) um pedido para investigar a participação dos detentores de foro privilegiado no esquema. No caso em questão, os deputados Paulinho da Força e Jovair Arantes.
INTERVENÇÃO NO RIO.
Os militares só circulam durante o dia com seus blindados. À noite os assaltantes, ladrões e assassinos praticam seus delitos.