
O inquérito investiga, além de Bolsonaro, o filho “03” e o jornalista e neto do ditador João Figueiredo, Paulo Figueiredo, por ações contra autoridades, agentes públicos e por articular sanções internacionais contra o Brasil
Silas Malafaia, pastor da igreja Advec (Assembleia de Deus Vitória em Cristo), e aliado de Jair Bolsonaro (PL), usou as redes digitais para atacar o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes, por haver determinado, nesta quinta-feira (14), a inclusão do nome dele em inquérito da PF (Polícia Federal).
O inquérito investiga, além do ex-presidente, o filho, Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o jornalista e neto do ditador João Figueiredo, Paulo Figueiredo, por ações contra autoridades, agentes públicos e por articular sanções internacionais contra o Brasil.
No vídeo publicado na rede X, Malafaia chama Moraes de “ditador de toga”, a quem acusa de “instituir o crime de opinião” no Brasil. “Eu não vou me calar porque eu não tenho medo de vocês, muito pelo contrário”, disse o pastor no vídeo.
“Querem calar os opositores”, segue Malafaia. “É isso que Alexandre de Moraes tem feito nesses 4 anos, nesse inquérito que é uma farsa”, completou e agregando que a PF promove perseguição contra ele.
ATENÇÃO MIDIÁTICA
A impressão que Malafaia passa é que ele quer ser alvo da Justiça, a fim de ganhar mais protagonismo e atenção midiática.
Ele faz questão de provocar o magistrado. Insulta, o tempo todo, a Corte Suprema e seus membros. Sempre verborrágico e violento com as palavras, Malafaia desafia os Poderes e autoridades públicas, como se tivesse autoridade que lhe garantisse imunidade.
Talvez com isso, o pastor esteja mirando alguma candidatura nas eleições de 2026. Caso isso ocorra, não será nenhuma surpresa.
VERBORRÁGICO E APOPLÉTICO
Em tom exaltado, o pastor diz no vídeo que grande parte da imprensa encobre os crimes de Moraes, e ameaça “botar para quebrar”. “É uma vergonha o que estamos assistindo. E se prepare porque eu vou botar para quebrar. Vocês não me calam. Não tenho medo de prisão e não tenho medo de investigação política de pura perseguição”, disse o ativista bolsonarista.
INVESTIGAÇÃO
Segundo Moraes, as ações dos 4 investigados visavam atrapalhar o andamento da ação penal que apura a tentativa de golpe de Estado, na qual Bolsonaro é réu, e que caminha para a conclusão nas próximas semanas.
Dessa forma, Malafaia passa a ser investigado, com Figueiredo, Bolsonaro e Eduardo, pelos crimes de coação no curso do processo, obstrução de investigação de organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
Silas Malafaia foi o organizador do ato em apoio a Jair Bolsonaro, dia 3 de agosto, que ensejou a prisão domiciliar do ex-presidente no dia seguinte, pelo descumprimento de medidas cautelares que haviam sido impostas a ele.
Na ocasião, Bolsonaro apareceu em vídeo transmitido nas redes digitais, com mensagem aos apoiadores.