Um policial federal da Superintendência Regional da Paraíba usou seu perfil no Twitter para atribuir ofensas racistas ao ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa, que no sábado (27), havia anunciado seu voto pelo candidato Fernando Haddad (PT), que perdeu a disputa pela Presidência para Jair Bolsonaro (PSL).
A Polícia Federal divulgou nota confirmando que abriu inquérito nesta segunda-feira (29), para apurar a conduta do policial.
O policial afirmou na rede social que Joaquim Barbosa “faz papel de escravo” com seu posicionamento sobre o 2º turno das eleições presidenciais deste ano. “Na minha opinião, o negro Joaquim Barbosa, erigido ao posto de ministro do STF, apenas paga favor ao PT. Faz papel do escravo que, mesmo com carta de alforria, teve medo de deixar a Casa Grande. Seu voto é só isso: Apenas 1 voto. Nada mais”, publicou o policial.
A PF informou na segunda-feira que “instaurou inquérito para apurar a conduta do policial” e que a Corregedoria Regional da Polícia Federal “também já adotou os procedimentos necessários pertinentes ao caso”.
Além de instaurar o inquérito, a PF destacou “seu absoluto respeito às pessoas e às instituições mantendo o firme propósito de sempre apurar todas as condutas eventualmente irregulares de seus servidores”, em nota.
A afirmação de Joaquim Barbosa que levou o policial federal a expressar seu racismo foi a defesa da democracia. “Votar é fazer uma escolha racional. Eu, por exemplo, sopesei os aspectos positivos e os negativos dos dois candidatos que restam na disputa. Pela primeira vez em 32 anos de exercício do direito de voto, um candidato me inspira medo. Por isso, votarei em Fernando Haddad”, afirmou o ex-presidente e ministro aposentado do STF em publicação no Twitter.