
A Polícia Federal (PF) instaurou um inquérito, onde investiga se a campanha do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), forjou um atentado para favorecê-lo eleitoralmente durante a campanha no ano passado. As informações foram divulgadas pelo portal Estadão.
De acordo com a apuração, na portaria que originou o inquérito, o delegado Eduardo Hiroshi Yamanaka apontou para a possível violação do Código Eleitoral e “outras que porventura forem constatadas no curso da investigação”.
O inquérito também se baseou nas entrevistas em que o ex-cinegrafista da emissora Jovem Pan Marcos Vinícius Andrade falou sobre ter sido pressionado por assessores de Tarcísio para deletar as imagens do suposto atentado.
Em um áudio divulgado pelo jornal Folha de S. Paulo, um integrante da campanha diz frases como “você tem que apagar” e “não pode divulgar isso não” ao ex-cinegrafista. No diálogo gravado é possível ouvir Andrade dizendo que “já foi”, ou seja: as imagens já tinham sido enviadas à redação da emissora, que foi a primeira a noticiar o episódio.
Também pesa no processo a alteração da cena feita pela Polícia Militar de São Paulo.
No Boletim de Ocorrência (BO) lavrado pela Polícia Civil, um dos policiais que participaram da ocorrência, que terminou na morte de Felipe Silva de Lima, de 27 anos, afirma que o tenente Ronald Quintino Correa Camacho foi até a rua Manoel A. Pinto, onde o corpo do jovem estava e retirou uma lista de objetos da cena do crime.
“Um coldre, celular, relógio, um carregador de pistola, além de diversos cartuchos e estojos, que arrecadou no local, afirmando que seria para que não fossem perdidos ou subtraídos por populares”, informa o policial militar no BO.
Na época, Tarcísio de Freitas se manifestou por nota: “É importante esclarecer que a campanha nunca levantou a tese de atentado. Essa afirmação não foi feita por Tarcísio. Questionamentos sobre a cena do crime devem ser feitos diretamente à polícia, que é quem acompanha as investigações e a quem cabe responder sobre o assunto.”
Um dos detalhes importantes de notar é que o inquérito da Polícia Civil de São Paulo sobre a morte no tiroteio concluiu que o disparo fatal partiu da arma de um policial militar.