O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, declarou que será investigado se Jair Bolsonaro usou a carteira de vacinação fraudada para entrar nos Estados Unidos, quando terminou seu mandato.
Nos dias 22, 27 e 30 de dezembro, pouco antes de embarcar para os Estados Unidos, Jair Bolsonaro emitiu seu certificado de vacinação para Covid-19, conforme indicam dados obtidos pela PF.
O ex-presidente, no entanto, nunca se vacinou contra Covid-19, como ele próprio diz.
Os dados falsificados foram inseridos no sistema do Ministério da Saúde por um grupo criminoso, do qual também fazia parte o ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid.
A PF afirma que os certificados foram emitidos por um usuário que estava dentro do Palácio do Planalto.
Jair Bolsonaro também nunca vacinou sua filha, Laura, que tem 12 anos.
Mesmo assim, o registro de uma vacina foi inserido no sistema do Ministério e, também, no dia 27 de dezembro de 2022, foi emitido um certificado de que ela estava imunizada.
O fato do certificado ter sido emitido em inglês chamou a atenção dos investigadores.
A diferença de tempo entre a emissão dos certificados de Jair e de Laura é de apenas 10 minutos.
A hipótese que será investigada pela PF é de que Jair Bolsonaro usou da estrutura do governo e do cargo para falsificar os certificados de vacinação e poder entrar nos Estados Unidos.
Isso porque Jair Bolsonaro viajou para os EUA no dia 30 de dezembro, pouco depois de ter emitido os certificados de vacinação com os dados inseridos de maneira criminosa no sistema da Saúde. Ele levou Laura na viagem.
Andrei Rodrigues disse que, caso confirmado o esquema, Jair Bolsonaro cometeu crimes.
Para a Polícia Federal, existem “fortes indícios de que as inserções falsas podem ter sido realizadas com o objetivo de gerar vantagem indevida para a adolescente, por determinação de seus pais”.
Ao mesmo tempo, a “análise dos dados não evidenciou qualquer fato suspeito” de que o usuário de Laura Bolsonaro no ConecteSUS tenha sido utilizado de maneira indevida ou por hackers.
A PF afirmou, ainda, que Jair e Michelle Bolsonaro “têm plena ciência de que os dados de vacinação em nome de sua filha menor de idade são ideologicamente falsos”.
“Ainda assim, o certificado digital de vacinação contra a Covid-19 foi emitido no dia 27/12/2022, em língua inglesa, na véspera da viagem da adolescente para os Estados Unidos da América”.
Os dados das vacinas de Jair e de Laura foram retirados do ar no dia 27 de dezembro, pouco depois dos certificados terem sido emitidos.
A corporação indica que Jair e Michelle Bolsonaro “incidiram no crime de uso de documento falso” e corrupção de menores.