A Polícia Federal vai ouvir novamente o hacker Walter Delgatti Netto, depois de encontrar contradições entre o que ele tinha dito oficialmente e o que falou na CPMI do Golpe, em sessão que foi realizada nesta quinta-feira (17).
O novo depoimento à PF pode acontecer nesta sexta-feira (18).
Walter ia voltar para sua cidade, Araraquara (SP), depois do depoimento na CPMI, mas ficou na carceragem da PF em Brasília para ser ouvido pela corporação.
Na CPI do Golpe, Walter Delgatti, que ficou conhecido pelo caso da “Vaza Jato”, contou que Jair Bolsonaro tinha planos ilegais para atrapalhar as eleições e contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Como contrapartida pelos serviços prestados, Jair Bolsonaro lhe prometeu um indulto presidencial para livrá-lo da “Vaza Jato” e dos crimes que viria a cometer.
Segundo Delgatti, Jair Bolsonaro disse que tinha conseguido grampear o ministro Alexandre de Moraes, mas queria que o hacker assumisse a responsabilidade para afastar a culpa do antigo governo sobre o caso.
Outro plano tenebroso era o de usar Walter Delgatti em uma peça publicitária na qual o hacker mostraria uma urna eletrônica sendo fraudada.
Para isso, Jair Bolsonaro pediu que o hacker fizesse um código-fonte próprio para quando digitasse “22”, número de Jair, aparecesse a foto de Lula, que disputou sob o número “13”.
O contato entre Delgatti e Bolsonaro surgiu através da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). Zambelli prometeu um emprego e chegou a pagar R$ 40 mil para ele.
Um dos serviços, que realmente foi realizado, foi uma invasão no sistema da Justiça Federal e a fraude de dados.
Delgatti inseriu um mandado de prisão contra Alexandre de Moraes expedido, falsamente, pelo próprio ministro. O texto foi redigido pela própria Carla Zambelli.