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Pedido está sob análise no gabinete de Alexandre de Moraes. Caberá a ele decidir se determina ou não às empresas que forneçam os dados
A PF (Polícia Federal) pediu, neste sábado (1º), ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes, que determine às empresas Meta e X informarem os dados de criação e das postagens de contas que eram utilizadas por Allan dos Santos, no Instagram até o dia 1º de fevereiro.
A PF encaminhou o pedido no âmbito de investigação sobre o blogueiro bolsonarista. O inquérito foi aberto para investigar a divulgação, por Allan dos Santos, de mensagens falsas, que envolvem a jornalista Juliana Dal Piva, nas redes sociais.
Diante disso, a PF quer ter acesso aos dados de quem criou mais uma conta, usando o nome de Allan dos Santos no Instagram, e também de todas as postagens dessa conta e de outra no X realizadas entre junho de 2024 e fevereiro deste ano.
CONTAS FORA DO AR
Ambas as contas estão fora do ar. O blogueiro bolsonarista está proibido por Moraes de criar novas contas nas redes sociais, mas tenta, a todo o tempo, driblar a decisão do magistrado.
O pedido está sob análise no gabinete de Moraes. Caberá a ele decidir se determina ou não à Meta e ao X que forneçam os dados.
BLOGUEIRO BOLSONARISTA
Allan dos Santos está foragido da Justiça brasileira e mora nos Estados Unidos desde de 2020.
Ele é investigado também em outro inquérito da PF, que apura a atuação de campanha para atacar e expor dados de investigadores que atuaram nos casos que envolvem o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e aliados.
Foi no âmbito desta investigação, revelada pelo UOL, que Moraes determinou no ano passado, novamente, a prisão de Allan dos Santos.
O pedido já foi encaminhado às autoridades estadunidenses, mas não há perspectiva de que ele seja cumprido.
“LIBERDADE DE EXPRESSÃO”
Nos Estados Unidos, as postagens feitas pelo blogueiro não são vistas como criminosas, por isso as chances de o governo estadunidense atender às demandas do STF são remotíssimas.
Lá, diferentemente de aqui, a chamada “liberdade de expressão” é levada aos estertores. Isto é, é levada supostamente ao pé da letra. Nos Estados Unidos, por exemplo, o cidadão pode fazer propaganda nazista, no Brasil não, pois é considerado crime.
Além disso, recentemente as big techs têm demonstrado alinhamento com o governo de Donald Trump.
Elon Musk, dono do X, ganhou até cargo no novo governo e Mark Zuckerberg, dono da Meta, anunciou fim da política de checagem de fatos da companhia nos EUA, em clara sinalização favorável às posições do presidente dos EUA.