Daniel Vorcaro foi preso ao tentar deixar o país
O dono do banco Master, Daniel Vorcaro, foi preso pela Polícia Federal, que deflagrou, nesta terça-feira (18), a Operação Compliance Zero, com o objetivo de combater a emissão de títulos de crédito falsos por instituições financeiras. Vorcaro é suspeito de praticar os crimes de gestão fraudulenta, gestão temerária, organização criminosa, entre outros. em uma operação deflagrada na manhã desta terça-feira (18). Vorcaro foi preso na noite de segunda-feira (17), por volta das 22h no Aeroporto de Internacional de Guarulhos, ao tentar deixar o Brasil.
A prisão do banqueiro ocorreu algumas horas após o consórcio liderado pelo grupo de investimento Fictor Holding Financeira anunciar a compra do Banco Master. Antes, Vorcaro tentou repassar o banco que enfrenta risco de falência para o Banco de Brasília (BRB), que o manteria na administração. No entanto, o negócio foi rejeitado pelo Banco Central (BC).
Também no âmbito desta operação, o presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, foi afastado do cargo por decisão judicial, pelo prazo de 60 dias. Costa se encontra nos Estados Unidos, de acordo com informações do Governo do Distrito Federal, gerido por Ibaneis Rocha (MDB). O presidente afastado do BRB foi indicado pelo senador Ciro Nogueira (PP-PI), que esteve envolvido na tentativa de venda do Banco Master ao BRB.
A cúpula do Banco Master, junto com a do BRB, é suspeita de ter fabricado pelo menos 20 títulos de créditos falsos, entre janeiro e maio de 2025, com o fim de justificar a transferência de R$ 12,2 bilhões do banco estatal de Brasília para o Master, segundo o Blog da Malu Gaspar, do O Globo, uma leva desses títulos, “falsificações grosseiras”, foi toda autenticada em um único dia e em um único cartório de São Paulo, se deu após o BC ter pedido acesso aos documentos da operação.
O diretor da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, afirma que foi apreendido na Operação Compliance a soma de R$ 1,6 milhão (dinheiro em espécie) na casa de um dos investigados.
“Estamos fazendo uma operação importante, com o Banco Central e o Coaf atuando em conjunto, em um crime contra o sistema financeiro. Fala-se em R$ 12 bilhões envolvendo esse crime em investigação, com várias prisões”, afirma Andrei, ao participar nesta manhã da primeira audiência da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado, que investiga organizações criminosas. “Não sei quanto vamos conseguir bloquear. Sei que já em dinheiro apreendemos na residência de um investigado R$ 1,6 bilhão em dinheiro nessa operação de hoje”, comentou.
A soma bilionária foi encontrada na residência de Augusto Lima, ex-sócio do banqueiro Daniel Vorcaro. Além deste, outros quatro diretores do banco Master foram presos.
No total, a PF cumpriu cinco mandados de prisão preventiva, dois mandados de prisão temporária e 25 mandados de busca e apreensão, além de medidas cautelares diversas da prisão, nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Bahia e no Distrito Federal.
Nesta terça-feira (18) também foram presos: Luiz Antônio Bull, diretor de Riscos, Compliance, RH, Operações e Tecnologia; Alberto Felix de Oliveira Neto, superintendente executivo de Tesouraria; Ângelo Antônio Ribeiro da Silva, consta como um dos sócios do banco.
No BRB, ainda, o diretor-executivo de finanças e controladoria do BRB, Dario Oswaldo Garcia Junior, também foi afastado do cargo.
Também nesta manhã, o Banco Central divulgou que colocou o Banco Master sob administração especial temporária (com prazo de até 120 dias) e decretou a liquidação extrajudicial de seus bens, com o fim de pagar dúvidas de correntistas e investidores do conglomerado financeiro. Dados oficiais apontam que o banco teria R$ 86,396 bilhões em ativos.











