Diego Ventura teve prisão preventiva determinada pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes. Ele é denunciado por participar dos ataques golpistas de 8 de janeiro, quando as sedes dos Três Poderes foram destruídas
A Polícia Federal (PF) prendeu, nesta quinta-feira (20), em Campos dos Goytacazes (RJ), o comerciante apontado como um dos chefes da invasão ao Supremo Tribunal Federal (STF), nos atos golpistas de 8 de janeiro, em Brasília.
Diego Ventura teve a prisão preventiva determinada pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes. O homem foi preso à noite, durante evento denominado “Assembleia Nacional da Direita Brasileira”.
Além disso, a PF cumpriu três mandados expedidos pelo STF: um de prisão, um de busca pessoal e um de busca e apreensão. O aparelho celular de Diego foi apreendido.
O fato pitoresco entre esses terroristas é que eles são tão alucinados que continuam operando no crime, produzindo provas contra si. Talvez isso se deva ao fato de acreditarem na impunidade ou numa estúpida convicção do que o que fizeram estava correto. Ou ainda que acreditam em ambas as hipóteses.
Ventura era procurado pela PF. Ele não foi preso logo após a tentativa de golpe de Estado, em janeiro, porque conseguiu fugir.
CHEFE EM QUARTEL
Ventura era chefe de grupo tresloucado de extrema-direita presente no acampamento do QG (Quartel-General) do Exército em Brasília.
No final de dezembro, ele chegou a ser detido pela PMDF (Polícia Militar do Distrito Federal) quando seguia para a sede do STF portando itens como estilingues, rádios comunicadores e faca, mas foi solto no mesmo dia.
O comerciante foi filmado ao lado de fora do STF, chutando grades de contenção antes do início da invasão. Ele também aparece em imagens dentro do prédio depredado.
ERA FUGITIVO
Ana Priscila Azevedo, outra liderança que estava com ele, foi presa em 10 de janeiro, mas Ventura conseguiu escapar.
Segundo a PF, a prisão de Ventura foi mais um desdobramento da “Operação Lesa Pátria”, que começou em 20 de janeiro, com o objetivo de identificar pessoas que participaram, financiaram ou ajudaram os ataques golpistas em Brasília.
MANDADOS DE PRISÃO
Até o fim do mês passado, a “Operação Lesa Pátria”, que tem caráter permanente, tinha cumprido 68 mandados de prisão, 206 de busca e apreensão e instaurado 17 inquéritos.
Segundo a PF, os fatos investigados pela operação constituem, em tese, os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.
A PF disponibiliza o e-mail: denuncia8janeiro@pf.gov.br para receber informações sobre a identificação de pessoas que participaram, financiaram ou fomentaram os atos golpistas.
M. V.